Plano para matar deputado do PSOL é descoberto pela polícia
Por Vladimir Platonow, da Agência Brasil
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga um plano para matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), eleito em outubro deputado federal. A informação sobre a possibilidade de assassinato do parlamentar, cuja trajetória política é marcada pelo combate às milícias, foi recebida pelo Disque Denúncia e transmitida às autoridades.
O coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges disse, com base nos dados coletados, que Freixo seria morto por três homens, no fim de semana, em um compromisso político, na zona oeste do Rio. Além da Polícia Civil, também foi acionado o setor de inteligência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Apuração
- Autor de atentado ao STF era obcecado por política e ‘deixou se levar pelo ódio’, diz irmão
- Feriadão de tempo instável em boa parte do Brasil; veja a previsão
- Mais de 2 milhões de veículos devem deixar a capital no feriadão
- Brasil fica no empate em 1 a 1 com a Venezuela nas eliminatórias
- Antes de atentado em frente ao STF, homem viveu quatro meses em casa alugada
Em sua conta no Twitter, Freixo cobrou investigações sobre a atuação das milícias no estado, lembrando que o tema foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) presidida por ele, há dez anos.
“No mês em que a CPI das Milícias completa 10 anos, voltei a ser ameaçado. A CPI foi um marco no combate ao crime: mais de 200 indiciados e principais chefes presos. Apresentamos 48 medidas para enfrentar a máfia, mas nada foi feito.”
O deputado ressaltou a importância dos resultados da CPI. “O relatório da CPI é uma conquista porque é propositivo e indica caminhos para derrotarmos as milícias. Autoridades do Município, Estado e União receberam o documento, mas não avançamos. Milicianos continuam matando, ameaçando, tiranizando principalmente quem vive nas áreas mais pobres.”
Histórico
Freixo foi eleito deputado federal e a partir de fevereiro vai trabalhar na Câmara dos Deputados, em Brasília. No Rio, o parlamentar mantém escolta policial 24 horas por dia, desde que presidiu a CPI das Milícias. A vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada há nove meses, foi auxiliar de Freixo na CPI das Milícias.
“Sou deputado estadual eleito e estou sendo ameaçado mais uma vez. Não é uma ameaça ao Freixo, mas à democracia. Não é uma questão pessoal, é muito mais que isso. A zona oeste está hoje sendo governada pelo crime. Desde 2008, quando presidi a CPI das Milícias, passei a contar com proteção policial por receber inúmeras ameaças concretas de morte. Apresentei medidas para o enfrentamento dos milicianos. O que foi feito? Nada”, disse Freixo em sua conta no Twitter.
PSOL
Em nota divulgada no início da noite, a bancada federal do PSOL repudiou “o hediondo plano de execução” de Freixo e também cobrou providências para a elucidação do caso Marielle, que completa 9 meses amanhã. “A bancada federal do PSOL repudia esta trama, exige redobrada proteção a Marcelo Freixo, inclusive em Brasília, e cobra resultados da investigação que vitimou Marielle e Anderson.
Os parlamentares citaram a “ineficiência” da Polícia Civil do Rio em dar respostas ao crime da vereadora correligionária de Freixo. “Essa ineficiência, que nutre a cultura da impunidade, faz com que criminosos se sintam à vontade para elaborar esse plano macabro de execução de Freixo. A planejada barbárie vulnerabiliza também a nossa já frágil democracia: a trama letal seria praticada em agenda pública do nosso parlamentar no próximo fim de semana”, diz a nota, assinada pelo líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar.