Plano para matar ministro Alexandre de Moraes é revelado
O ministro Alexandre de Moraes disse que descobriu três planos para prendê-lo e assassiná-lo, com participação da Abin, e que já identificou alguns dos envolvidos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de um suposto plano para ser preso e assassinado, inclusive com participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão vinculado à Presidência da República.
O ministro revelou, em entrevista ao jornal O Globo, publicada na última quarta-feira(3), que as investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 descobriram a preparação de planos para prisão e assassinato do magistrado, que é o relator de vários inquéritos que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, por crimes como fake news, atos antidemocráticos, interferência na Polícia Federal e organização criminosa.
Segundo o ministro, existiam três planos para prendê-lo e matá-lo, um deles previa enforcá-lo na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde ficam as sedes dos Três Poderes. Ele afirmou que os planos foram elaborados por grupos extremistas, com apoio de agentes públicos, e que foram interceptados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Ele também disse que já identificou alguns dos envolvidos e que vai pedir a prisão preventiva deles.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes e disse que o plano é uma afronta à democracia e ao Estado de Direito. Ele também disse que vai apoiar as investigações e que espera que os responsáveis sejam punidos com rigor.
O presidente do STF, Luiz Fux, também se solidarizou com o ministro e disse que o tribunal não vai tolerar ameaças à vida e à integridade de seus membros. Ele também disse que o STF vai continuar cumprindo seu papel de guardião da Constituição e da democracia.
Outras autoridades, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, também se manifestaram em defesa do ministro e da democracia.
O ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, comentou sobre o caso nesta quinta-feira(4), em Brasília, e disse que o suposto plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes é gravíssimo e inaceitável e que as investigações devem ir até “as últimas consequências” para punir os responsáveis. Ele também afirmou que o plano contra o ministro indigna todos os democratas e que os culpados acertarão suas contas com a Justiça e com a história.