Santos, Guarujá e Praia Grande terão drone contra roubo e até afogamento
A virada do ano e as férias nas praias do litoral paulista contarão com novidades no quesito de segurança. Além de receber reforço de policiamento –com rondas por carro, motocicletas e bicicletas–, cidades da região apostam no uso de drones.
O objetivo do monitoramento pelo ar é minimizar roubos, brigas e até mesmo afogamentos. Mais de 4,3 milhões de veículos são esperados até 18 de fevereiro no sistema Anchieta-Imigrantes, principal rota de acesso da capital à Baixada Santista.
O reforço no aparato de segurança já teve início em nove cidades da região. Três delas anunciaram a utilização de aeronaves não tripuladas.
Na Praia Grande (71 km de SP), um drone já está em funcionamento para monitorar crimes e mapear regiões consideradas perigosas.
Em Guarujá (86 km de SP), a prefeitura vai usar um drone que normalmente monitora ocupações irregulares em ações de segurança na orla.
O foco serão “locais de grande fluxo, principalmente na praia (calçadão e faixa arenosa), para verificar situações e aglomerações suspeitas, além de regularidades administrativas”, afirmou a prefeitura por meio de nota.
Três drones estarão em funcionamento em Santos (72 km de SP). O secretário da Segurança do município, Sérgio Del Bel, diz que foram feitas reuniões técnicas para identificar os locais que vão receber reforço, como os pontos turísticos e a orla da praia.
“[O uso de drones] foi amplamente aprovado pela Polícia Militar e pela segurança municipal. Existe um fluxo de pessoas enorme na praia”, afirma o secretário.
A prefeitura distribuirá três drones –um fica a cargo da Polícia Militar e os outros dois, com a Guarda Municipal. “Cada um percorre uma faixa de 1.400 metros”, explica Del Bel. “A cada dois canais haverá um drone patrulhando.”
CONFUSÃO
Além de gravar imagens que podem ser recuperadas em caso de ocorrências, as forças de segurança de Santos realizam o monitoramento em tempo real das câmeras do drone. O efetivo policial na praia deve ficar atento: quando um desses veículos planar por determinado tempo sobre um ponto é sinal de confusão. E o deslocamento deve ser feito até o local.
Após a queima de fogos, um dos drones será destacado para sobrevoar a arrebentação do mar. Comum na virada de ano, o ritual de pular ondas somado a excessos alcoólicos pode levar ao risco de afogamentos, o que essa aeronave deve auxiliar a prevenir.
Del Bel afirma que um eventual mau tempo pode atrapalhar a operação. “Ele resiste a algum tipo de vento e chuva leve. Nos dois últimos anos não tivemos chuva, foram noites bonitas.” O secretário destaca ainda que há quatro anos a cidade não tem ocorrências graves de segurança no Réveillon e diz que, se houver recursos, a ideia é ampliar a quantidade de drones nos próximos anos.
As imagens aéreas serão aliadas ao sistema de monitoramento de câmeras fixas das cidades –que incluem equipamentos inteligentes, que reconhecem os rostos e as atitudes suspeitas.
Na Praia Grande, por exemplo, 78 câmeras do tipo OCR (de reconhecimento ótico) serão instaladas. Elas também conseguem identificar as placas de veículos.
GUARDAS
As cidades da Baixada Santista já receberam reforço de policiamento desde o dia 20 de dezembro, com o início da Operação Verão, da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Neste ano, 2.954 policiais militares foram destacados temporariamente para os 16 municípios dessa região (foram 2.072 agentes no ano passado). A operação estadual vai até 16 de fevereiro.
As cidades ainda complementam com esforço local. Em Santos, por exemplo, 130 guardas municipais vão monitorar a passagem de ano.
Em Guarujá, 35 guarda-civis foram habilitados com o porte de arma de fogo para o patrulhamento ainda nesta temporada. Mas a prefeitura não divulgou quando o uso começará. Diz aguardar doação de 50 revólveres por parte do governo do Estado.