Teste do pezinho na Capital passa a detectar mais de 50 doenças
O Teste do Pezinho, a partir da segunda quinzena de dezembro, passa a incluir um número maior de doenças detectadas em bebês nascidos nos hospitais e maternidades públicos da capital. Serão mais de 50 patologias analisadas.
O diagnóstico precoce, segundo a Prefeitura de São Paulo, é capaz de descobrir doenças genéticas, congênitas, infecciosas, erros inatos do metabolismo e da imunidade e assim evitar danos relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor, sequelas, internações e mortes.
Mensalmente, a capital registra em média o nascimento de 8.700 bebês pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para que todos passem pela Triagem Neonatal Ampliada – o nome técnico do Teste do Pezinho -, a Prefeitura realizará cerca de 52.200 exames por mês. Os testes são realizados em parceria com o Instituto Jô Clemente (IJC), referência nesse tipo de exame.
O Instituto Jô Clemente é responsável pela capacitação técnica para realização dos exames, coleta e logística de envio da amostra; análise clínica e liberação do laudo; exames confirmatórios; apoio médico aos resultados de exames e aconselhamento genético dos casos diagnosticados no teste, que posteriormente deverão ser tratados e acompanhados pela rede de saúde.
Com mais volume de exames, a rede municipal consegue ampliar a atuação preventiva desde o início da vida do indivíduo, com grandes chances de aumentar a expectativa de vida e diminuir mortalidade infantil na cidade, além de reduzir os custos na saúde.
Antes, era possível detectar apenas as doenças Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência Biotinidase. Com a ampliação, doenças como Toxoplasmose, Galactosemias e outras passarão a fazer parte da triagem de até 50 patologias no mesmo bebê, conforme a testagem realizada e a necessidade.
De acordo com a pediatra e diretora do departamento de Apoio à Atenção à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Athene Maria de Marco Mauro, a ampliação do exame de Pezinho vai proporcionar o diagnóstico precoce dessas doenças, evitando danos relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor, sequelas, internações e óbitos. “Com isso, poderemos reduzir a morbimortalidade infantil e proporcionar qualidade de vida para as crianças e suas famílias”, afirmou.
Para aumentar o número de doenças detectadas com o Teste do Pezinho, a Prefeitura está fazendo uma adequação nos fluxos a fim de atender as necessidades das novas doenças identificadas, o que inclui coleta, recoleta, exames confirmatórios, busca ativa e capacitação da rede.
Por recomendação técnica, a coleta da amostra deve ocorrer após 48 horas de vida do bebê, de preferência nas maternidades públicas e em alguns casos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Atualmente, o Instituto Jô Clemente é responsável pela realização da triagem de 80% dos bebês nascidos na capital paulista e 67% dos recém-nascidos do Estado de São Paulo, na rede SUS (293 mil) e de maternidades e hospitais privados (103 mil, sendo 28% de testes ampliados).
Desde 1976, quando foi implementado o Teste do Pezinho no Brasil, o Laboratório do Instituto Jô Clemente já triou mais de 16,5 milhões de crianças brasileiras. Somente em 2019, passaram pela triagem na instituição 395.281 bebês, totalizando 2.635.283 exames.
*Com informações da Pref. de São Paulo