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Moradias sustentáveis mudam a paisagem de São Paulo

Com o aumento da preocupação e exigências em relação às questões ambientais, muitas empresas do setor imobiliário têm feito a lição de casa e trazido, cada vez mais, itens sustentáveis para novos empreendimentos. Se você acha que se trata de descarga com caixa acoplada, separação de lixo ou utilização de água de reuso, se enganou.

Estes itens, embora importantes, são o feijão com arroz da sustentabilidade no desenvolvimento imobiliário. 

De acordo com a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), existem quase 6,5 mil áreas contaminadas em todo o estado, sendo cerca de 3,5 mil apenas na região metropolitana.

sao paulo panoramica
(Pixabay)

Muitas dessas áreas estão localizadas em áreas nobres da cidade como Chácara Santo Antônio, Lapa, Santo Amaro entre outras.

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“Em países desenvolvidos, como os da Europa, Canadá e Estados Unidos, áreas desse tipo têm sido recuperadas para fins mais nobres, como, por exemplo, habitação. Empresas do mercado imobiliário adquirem essas áreas, fazem os tratamentos necessários e as tornam seguras para abrigar diferentes tipos de empreendimentos”, comenta João Paulo Toledo, diretor da A2J Consultoria Ambiental. 

Em São Paulo, quem passa pela Avenida Nações Unidas não imagina que um dos empreendimentos desenvolvidos no local, o Parque Global, teve entre as suas diretrizes a recuperação de uma área contaminada. 

O empreendimento contará com torres residenciais de alto padrão e estará integrado com o Parque Bruno Covas, construído nas margens do Rio Pinheiros. 

“O empreendimento é um bom exemplo da reabilitação de uma área degradada através do desenvolvimento imobiliário, alinhado com as premissas de Desenvolvimento Sustentável Urbano”, explica Ana Paula Dominguez da Costa, gerente de Meio Ambiente da Benx Incorporadora. 

O projeto está sendo desenvolvido com o acompanhamento do Ministério Público e CETESB a fim de garantir que a construção seja 100% segura. 

Apesar deste tipo de prática, que está prevista em lei, o Brasil ainda não oferece incentivos claros, ao contrário do que ocorre em países como Canadá, com o The Brownie Awards, Big Apple Brownfield Awards, nos EUA e Brownfield Briefing Awards, no Reino Unido. 

Demanda por remediação

Segundo João Paulo Toledo, diretor da A2J – Consultoria Ambiental, a demanda por serviços de remediação de áreas contaminadas para fins imobiliários tem crescido nos últimos anos. A empresa, especializada no segmento de investigação e recuperação de solos contaminados, teve cerca de 90% de seus projetos direcionados neste sentido nos últimos anos.

“Existem diversas legislações estaduais e federais que regulam a implantação de empreendimentos imobiliários em áreas contaminadas. Por exemplo, os empreendedores precisam executar uma série de estudos de investigação da contaminação, avaliação dos impactos desses contaminantes na saúde humana e no meio ambiente. Só a partir disso eles podem realizar as atividades de recuperação da área. Todo este processo pode ser bem extenso e precisa ser submetido à aprovação da CETESB, no caso do estado de São Paulo”, explica.

Por Marcus Santana

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