Ex-deputado Mamãe Falei leva soco em manifestação contra violência policial no Guarujá
O ex-deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, levou um soco no rosto durante uma manifestação contra a violência policial no Guarujá, no litoral do estado. O episódio aconteceu na noite de quinta-feira (3), no centro de São Paulo. Ele estava ao lado de outros integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) para questionar os participantes sobre o motivo pelo qual eles “estão se comovendo com bandidos”.
A manifestação foi organizada por representantes do movimento negro e de partidos políticos, que pediram o fim da Operação Escudo da Polícia Militar (PM). A operação foi iniciada após o assassinato do soldado da Rota Patrick Reis, no Guarujá, e deixou ao menos 16 mortos na Baixada Santista. Os manifestantes acusaram a PM de promover uma chacina e violar os direitos humanos.
Do Val foi recebido no local com gritos de “estuprador”, em referência ao episódio no qual viajou para a Ucrânia em meio à guerra e gravou áudio dizendo que as ucranianas “são fáceis, porque são pobres”. Ele também foi chamado de “fascista” e “racista” pelos manifestantes, que tentaram impedir a sua entrada na sede da SSP.
Depois, outro manifestante agride Arthur com um soco. “Nem doeu, velho. Esse é o máximo que você consegue, irmão?”, diz Do Val, que reage com ironia. Ele é contido pelos seus colegas do MBL e por policiais militares, que evitam uma confusão maior.
O ex-deputado publicou em suas redes sociais um vídeo que mostra o momento do soco. No texto, ele escreveu: “Registro da manifestação ‘pacífica’ que fui hoje com Amanda Vettorazzo”. No canal do YouTube do MBL, Arthur do Val comentou o episódio e disse: “Esses caras acham que vão dar um soco numa pessoa e vão promover um nocaute, isso não acontece. Bater em um homem saudável, em sã consciência e nocauteá-lo, é quase impossível”.
Ao jornal O Globo, Do Val afirmou que registrou boletim de ocorrência e que vai processar o homem que desferiu o soco por agressão. Ele também disse que não tem medo de ir às ruas e que vai continuar questionando os manifestantes. “Eu não vou deixar de ir às ruas por causa disso. Eu vou continuar indo às ruas e perguntando para essas pessoas por que elas estão se comovendo com bandidos”, disse.