União Europeia rejeita legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela
Bloco europeu expressa preocupações sobre irregularidades eleitorais e falta de transparência no processo de reeleição de Maduro.
A União Europeia anunciou que não reconhece a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, destacando preocupações com a transparência e regularidade do processo eleitoral. A decisão surge em um contexto de denúncias de fraudes e manipulação de resultados, apontadas tanto pela oposição venezuelana quanto por observadores internacionais, disse o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell nesta quinta-feira (29).
Segundo a UE, as eleições presidenciais realizadas em julho não atenderam aos padrões democráticos básicos. O bloco europeu criticou a falta de verificação independente dos registros eleitorais, sublinhando que a ausência de tais garantias torna impossível validar os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou a vitória de Maduro com 51,95% dos votos.
A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, contesta os números e afirma que, na verdade, ele teria obtido a maioria dos votos. De acordo com a líder opositora María Corina Machado, os boletins de urna coletados pela equipe de González indicam que ele teria conquistado cerca de 67% dos votos, em contraste com os 30% atribuídos a Maduro.
A União Europeia também condenou a repressão contra manifestantes e a oposição durante o período eleitoral, enfatizando a necessidade de respeito aos direitos humanos e às liberdades civis na Venezuela. Além disso, o bloco pediu que as autoridades venezuelanas permitam uma verificação internacional dos resultados eleitorais para assegurar a transparência e legitimidade do processo.
Essa rejeição da União Europeia à reeleição de Maduro se alinha com a postura de outras nações e organizações internacionais, que também questionam a legitimidade do pleito e pressionam por uma solução pacífica e democrática para a crise política na Venezuela.
A decisão da UE adiciona mais um elemento de pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, que continua a enfrentar isolamento diplomático e sanções internacionais. A situação na Venezuela permanece volátil, com o futuro político do país ainda incerto em meio à crescente desconfiança em relação ao governo atual.