Cientistas recebem medalha Alba Lavras, em São Paulo
A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) vai homenagear, este ano, quatro personalidades que receberão a medalha Alba Lavras. A honraria é oferecida pela entidade aos profissionais que se destacam pela atuação em defesa da ciência e da carreira de pesquisador científico.
Na edição deste ano, a cerimônia vai homenagear Carlos Giannazi, deputado estadual (PSOL), Carlos Bocuhy, fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM), Marie Madeleine Hutyra de Paula Lima, Mestre em direito do Estado, e Oswaldo Fidalgo, pesquisador e introdutor da Etnomicobiologia no Brasil.
“A defesa da ciência deve ser de toda sociedade, mas há pessoas que se destacam nesta jornada, como é o caso dos homenageados deste ano”, comenta Patricia Bianca Clissa, presidente da APqC.
O evento que marca a entrega da medalha Alba Lavras será dia 15 de dezembro no Instituto Biológico. Desde 2007 quando a pesquisadora Márcia M. Rebouças criou esta homenagem, a medalha já foi entregue a 40 personalidades.
A escolha das personalidades agraciadas com esta honraria é realizada no mês de setembro de cada ano, por meio de consulta aos associados e após aprovação da diretoria executiva e do conselho deliberativo da APqC. A medalha leva o nome da pesquisadora Alba Aparecida de Campos Lavras, que atuou como pesquisadora do Instituto Butantan, e morreu este ano aos 94 anos. Além da contribuição à pesquisa científica, Alba atuou pessoalmente para a criação da carreira de pesquisador científico no Estado de São Paulo, em 1975.
Homenageados
Carlos Alberto Giannazi
Carlos Alberto Giannazi, é Mestre em Educação e Doutor em História pela Universidade São Paulo. Foi Professor Universitário e diretor de escola pública.
Em seu quarto mandato como Deputado Federal, foi reeleito com a segunda maior votação para a próxima legislatura.
Um dos mais críticos, independentes e combativos deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo, sempre atuante nas lutas pela melhoria da educação, pela escola pública de qualidade, pela manutenção do serviço público e pela valorização dos servidores, tem sido uma grande força na defesa da ciência e dos Institutos de Pesquisa.
Carlos Bocuhy
Carlos Bocuhy é graduado em Educação artística, com especialização em Psicanálise, Mestrado em Gestão Ambiental e extensão em Economia da Mudança Climática (Economics of Climate Change) pela Universidade de Oxford. É fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental – PROAM, membro do Observatório do Meio Ambiente do Poder Judiciário, coordenador do Observatório da Governança Ambiental do Brasil – OGAM e do OGAM de São Paulo.
Foi conselheiro do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA e do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São Paulo – CONSEMA, Coordenador da Campanha “Billings Eu te quero viva”, Coordenador do Programa Internacional Metrópoles Saudáveis, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, integrou a delegação Brasileira nas conferências do Clima nas Nações Unidas – COP 20 (Lima-Peru) e COP 21 (Paris – França).
Ambientalista combativo, Bocuhy tem atuado de forma contundente contra os desmontes ocorridos no sistema ambiental paulista, especialmente no que se refere ao fim dos mecanismos de participação pública e a extinção dos institutos de pesquisa (Instituto Florestal, Instituto Geológico e Instituto de Botânica), dos quais se tornou um grande aliado.
Marie Madeleine Hutyra de Paula Lima
Marie Madeleine Hutyra de Paula Lima é graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da USP, Auditora Fiscal Tributária da PMSP aposentada, Mestre em Ciências em Patologia Social pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Mestre em Direito de Estado, subárea Direito Constitucional pela PUC/SP.
Especialista em Direito Ambiental, Direito do Consumidor e de Direitos Difusos e Coletivos pela Escola Superior de Advocacia da OAB/SP, Dra. Madeleine é colunista do Blog da Revista PUB Diálogos Interdisciplinares e autora de diversos artigos sobre Direito, publicados em revistas e obras jurídicas.
Ambientalista convicta e militante, tem atuado brilhante e voluntariamente na defesa dos institutos de pesquisa na área de meio ambiente, extintos em 2020 e emprestando sua experiência, conhecimento e garra para diferentes causas socioambientais.
Oswaldo Fidalgo
Oswaldo Fidalgo nasceu em Recife, em 1928. Foi para o Rio de Janeiro com três anos de idade. Formou-se em História Natural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Veio para o Instituto de Botânica de São Paulo em 1959 para dirigir a Seção de Criptógamas, sendo posteriormente diretor de divisão e diretor geral do Instituto.
Foi pesquisador e introdutor da Etnomicobiologia no Brasil.
Foi o primeiro presidente em exercício da APqC, de outubro de 1977 a janeiro de 1980. Organizou e dinamizou a APqC. Além de várias providências e atividades ligadas à estruturação da Série de Classes de Pesquisador Científico e da defesa dos Institutos de pesquisa, presidiu a Comissão de formulação de uma carreira de apoio à pesquisa.