Economia

Bolsa sobe e fecha no maior nível em quase três meses

Em um dia de movimentos contraditórios no mercado financeiro, a bolsa de valores fechou no maior valor em três meses, mas o dólar enfrentou volatilidade. A moeda norte-americana aproximou-se de R$ 5,40, o que fez o Banco Central (BC) intervir no câmbio.

O Ibovespa, índice da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou o dia aos 88.620 pontos, com alta de 1,39%. O índice começou em baixa, mas subiu ao longo do dia até fechar no nível mais alto desde 10 de março, quando estava em 92.214 pontos.

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (1º) vendido a R$ 5,381, com alta de R$ 0,044 (0,82%). A moeda chegou a operar em baixa durante a manhã, mas subiu à tarde. Na máxima do dia, por volta das 15h, chegou a R$ 5,41, antes de o BC vender US$ 120 milhões das reservas internacionais no mercado à vista.

Além de vender dólares das reservas, o BC ofertou até US$ 620 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial – venda de dólares no mercado futuro – que venceriam em julho. A autoridade monetária também comprou títulos da dívida pública externa brasileira em poder de bancos que operam no país com o compromisso de devolver os papéis daqui a um mês.

O euro comercial fechou o dia vendido a R$ 5,994, com alta de 1,21%. A libra comercial subiu 1,77% e terminou a sessão vendida a R$ 6,705.

Mercado de ações

Diferentemente do dólar, o mercado de ações teve um dia de ganhos. A alta do Ibovespa decorreu principalmente de ações de bancos, que subiram fortemente hoje. O cenário externo também influenciou. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou a segunda-feira com alta de 0,36%.

Assim como a brasileira, a bolsa norte-americana começou o dia em queda, em meio às tensões provocadas pela onda de protestos antirraciais nos Estados Unidos. O Dow Jones, no entanto, reverteu o movimento ao longo do dia até encerrar em alta.

Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. Nos últimos dias, os investimentos têm oscilado entre possíveis ganhos com o relaxamento de restrições em vários países da Europa e em regiões dos Estados Unidos e contratempos no combate à doença. As tensões diplomáticas entre Estados Unidos e China também interferem nas negociações.

No Brasil, o mercado refletiu as tensões políticas internas e a divulgação de indicadores econômicos que mostram o impacto da crise. As instituições financeiras pesquisadas pelo boletim Focus, do Banco Central, preveem queda de 6,25% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

Em audiência na comissão conjunta do Congresso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o Brasil não deverá voltar a ter financiamento externo tão cedo.

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

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