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Conflito entre Israel e Hamas se intensifica e deixa centenas de mortos em 24 horas

A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, iniciada há 11 semanas, deixou quase 200 palestinos mortos nas últimas 24 horas, segundo fontes médicas locais.

O conflito entre Israel e Hamas, que se arrasta há décadas, entrou em uma nova fase de escalada nas últimas semanas, após uma série de tensões envolvendo a questão dos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, a repressão policial contra manifestantes palestinos na Esplanada das Mesquitas e a comemoração do Dia de Jerusalém, que marca a conquista israelense da parte oriental da cidade em 1967.

A comunidade internacional pede o fim da violência e o respeito aos direitos humanos(Avi Ohayon – GTO – Fotos Públicas)

Em resposta aos protestos palestinos, o Hamas começou a disparar foguetes contra Israel no dia 10 de dezembro, atingindo várias cidades, inclusive Tel Aviv, a capital econômica do país. Israel reagiu com uma operação militar chamada “Guardião dos Muros”, que visa destruir a infraestrutura e os líderes do Hamas na Faixa de Gaza, um território de 360 km² onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas, sob um bloqueio israelense desde 2007.

Desde o início da ofensiva, mais de 1.500 palestinos morreram, sendo a maioria civis, incluindo mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Mais de 10 mil ficaram feridos e cerca de 100 mil tiveram que deixar suas casas, buscando abrigo em escolas da ONU. Do lado israelense, 66 pessoas morreram, sendo 63 soldados e três civis, e mais de 500 ficaram feridas, segundo o Exército e a Defesa Civil de Israel.

A violência também se espalhou para outras áreas, como a Cisjordânia, onde ocorreram confrontos entre palestinos e forças israelenses, e dentro de Israel, onde houve distúrbios entre árabes e judeus, que resultaram em prisões, ferimentos e mortes.

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A comunidade internacional tem expressado preocupação com a situação humanitária em Gaza, que já era precária antes do conflito, devido à pobreza, ao desemprego, à falta de água, de energia e de serviços básicos. Várias organizações e países têm pedido o cessar-fogo imediato e o respeito aos direitos humanos e ao direito internacional humanitário, que proíbe ataques indiscriminados contra civis e infraestruturas essenciais.

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu quatro vezes para discutir o assunto, mas não conseguiu emitir uma declaração conjunta, devido à oposição dos Estados Unidos, principal aliado de Israel. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que está “consternado” com o número de mortos e que “os ataques contra alvos civis e meios de comunicação são completamente inaceitáveis”. Ele também pediu que Israel e Hamas “parem o fogo imediatamente” e “retomem o diálogo”.

O papa Francisco também se pronunciou sobre o conflito, dizendo que está “muito preocupado” com a situação e que reza pela paz. Ele fez um apelo “às partes envolvidas e à comunidade internacional para que se promova uma solução pacífica, baseada no diálogo e no respeito mútuo”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou por telefone com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e expressou seu apoio ao “direito de Israel de se defender” e sua preocupação com a “segurança dos civis”. Ele também disse que está trabalhando com o Egito e outros parceiros para alcançar uma “calma sustentável”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também se manifestou sobre o conflito, dizendo que é “solidário com o povo palestino” e que condena “os ataques desproporcionais de Israel”. Ele também disse que o Brasil está disposto a colaborar com os esforços diplomáticos para uma solução pacífica e justa.

O conflito entre Israel e Hamas é um dos mais antigos e complexos do mundo, e envolve questões históricas, religiosas, políticas e territoriais. As tentativas de negociação e mediação não têm avançado, e os dois lados mantêm posições irreconciliáveis. Israel exige o reconhecimento de sua existência e o fim dos ataques do Hamas, que não aceita a ocupação israelense e reivindica a criação de um Estado palestino independente, com Jerusalém Oriental como capital.

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