Diabéticos têm mais chances de desenvolver problemas no coração
Cris di Leva/AI
O diabetes já é um grande problema por si só. Porém, a doença ainda pode evoluir para uma série de complicações, sendo as doenças cardiovasculares uma das principais e mais graves consequências.
Um estudo realizado pela Universidade de Oxford e publicado esta semana aponta que as mulheres que fumam, sofrem de diabetes ou hipertensão correm mais risco de ter um ataque cardíaco do que homens nas mesmas condições. O estudo monitorou cerca de 500 mil pessoas entre 40 e 69 anos cadastradas no banco de dados de saúde ‘UK Biobank’. Ao longo de sete anos, 5.081 participantes tiveram seu primeiro ataque cardíaco – e um em cada três eram mulheres.
A pesquisa indica ainda que as mulheres fumantes tinham três vezes mais chance de ter um ataque cardíaco do que aquelas que não fumavam.
Existem dois tipos de diabetes, o 1 e o tipo 2. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF – sigla em inglês), até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem por causas relacionadas a problemas cardíacos. Este tipo de diabetes é uma das doenças de maior crescimento mundial.
A doença arterial coronariana (DAC) tem sido a principal causa de morte no mundo nos últimos 25 anos – e, ainda segundo a IDF, nos próximos 30 anos, o número de casos deve dobrar no Brasil.
Fatores
A incidência de complicações cardiovasculares é grande no diabético devido ao aumento dos níveis de glicose no sangue, que, juntamente ao colesterol e à pressão arterial, promovem a formação de placas de colesterol que entopem as artérias.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que em torno de 425 milhões de adultos estão com diabetes no mundo. O Brasil ocupa o 4º lugar entre os 10 países com maior numero de indivíduos com diabetes.
São 16 milhões de pessoas com o diagnóstico de diabetes no país. E a previsão é de que este número aumente 62% até 2045, passando para 42 milhões só no Brasil.
“Com níveis muito altos de glicose no sangue, várias coisas acontecem: o colesterol torna-se mais agressivo, formando maior número de placas nas artérias coronárias e favorece a maior produção de coágulos que também podem obstruir as artérias”, destaca a médica cardiologista, Viviana Lemke.
Ela explica que “quando uma artéria sofre uma obstrução, o coração entra em sofrimento por falta de oxigênio e o tecido sadio morre sendo substituído por cicatriz. Dependendo do tamanho da área afetada pode ser fatal ou deixar sequelas irreversíveis, como a insuficiência cardíaca”, afirma a cardiologista que é presidente da SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista).
- Marina Silva sobre Cop29: “difícil experiência”
- Após morte de aluno de medicina, Tarcísio diz que abusos da PM serão punidos
- Mega-sena sorteira R$ 18 milhões hoje
- Licitação para privatização de linhas da CPTM é autorizada pelo governo de São Paulo
- Inquérito da PF contra Bolsonaro segue para a PGR; decisão pode ocorrer em 2025
A cardiologista faz ainda um alerta importante para os sintomas do infarto agudo do miocárdio, pois eles podem ser diferentes na pessoa com diabetes.
Os sinais clássicos de infarto agudo, como a dor forte no peito, irradiando para o braço, podem não ser muito evidentes. Em algumas pessoas, os sintomas de falta de ar (dispneia) surgida sem explicação, uma sensação de mal estar generalizado com sudorese, náuseas e vômitos, um desmaio inexplicável e até mesmo uma descompensação da glicose podem ocorrer.
Segundo a médica, “manter uma alimentação saudável, atividade física regular, parar de fumar, fazer um check-up periódico e usar medicações preventivas que devem ser prescritas pelo médico são as melhores soluções para evitar complicações cardiovasculares decorrentes da diabetes”.