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EUA: Democratas geram doação recorde após anúncio de Kamala como indicada

Desde anúncio de desistência de Biden, democratas receberam mais de 50 milhões de dólares

Partido Democrata tem quatro semanas para escolher uma nova chapa e começar do zero uma campanha presidencial contra o ex-presidente Donald Trump. O republicano surfa na popularidade pós-convenção nacional do partido, encerrada em 18 de julho, quando aceitou a nomeação para a candidatura e discursou pela primeira vez após ser ferido de leve em uma tentativa de assassinato.

kamala harris
Kamala Harris, indicada por Biden como candidata nos Estados Unidos (Arquivo/Carlos M. Vazquez/Marinha dos EUA)

A convenção democrata começa em Chicago em 19 de agosto (um mês depois da republicana), e o partido considera a possibilidade de um processo de indicação competitivo. Mas desde que o presidente Joe Biden jogou a toalha de sua candidatura, após forte pressão interna do próprio partido, o nome da vice Kamala Harris desponta como a escolha natural para participar do pleito, que acontecerá em 5 de novembro.

Para assegurar a candidatura, Harris precisa do apoio de ao menos 1.969 dos 3.936 delegados democratas. Segundo a agência de notícias Reuters, ela já teria garantido ao menos metade disso.

Os democratas já arrecadaram mais de 50 milhões de dólares (aproximadamente R$ 280 milhões) após o anúncio da saída de Biden da corrida presidencial neste domingo (21/07), de acordo com levantamento do New York Times feito a partir do contador online de contribuições mantido pela ActBlue, principal plataforma para doar dinheiro à campanha dos democratas. É o maior volume diário de doações ao partido desde a eleição de 2020.

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Mas o grosso do dinheiro para promover a candidatura democrata está nas contas do comitê de campanha Biden-Harris: 91 milhões de dólares arrecadados até 30 de maio.

Esse montante pertence à chapa Biden-Harris, e as únicas pessoas que podem acessá-lo são Biden e Harris. Portanto, se Kamala Harris for oficialmente nomeada, sua nova chapa teria acesso imediato ao montante em caixa, o que representa uma vantagem em relação a possíveis outros concorrentes dentro do partido, que teriam de iniciar do zero a arrecadação de fundos para campanha.

O ex-presidente Donald Trump e os republicanos, por sua vez, arrecadaram US$ 116 milhões até maio, segundo informou a agência de notícias Reuters.

Apoio dentro do partido

Ao anunciar sua desistência, isolado em sua casa de praia, Biden rapidamente apoiou Harris como sua substituta. Bill e Hillary Clinton, ex-presidente e ex-candidata democrata, também manifestaram prontamente apoio à indicação de Harris, que foi a primeira mulher e a primeira pessoa negra a servir como vice-presidente dos EUA.

Cinco dos principais democratas cotados se retiraram da disputa e expressaram apoio à atual vice como cabeça de chapa. Entre eles estão Gretchen Whitmer, governadora do estado de Michigan, e os governadores J. B. Pritzker (Illinois), Andy Beshear (Kentucky), Wes Moore (Maryland), Tim Walz (Minnesota) e Tony Evers (Wisconsin). Vários deles foram citados como possíveis candidatos a vice.

Alguns medalhões do partido, contudo, ainda não manifestaram apoio, a exemplo do ex-presidente Barack Obama, que afirmou: “Estaremos navegando em águas desconhecidas nos próximos dias”.

O senador de Ohio Sherrod Brown também era um nome cotado para concorrer contra Harris dentro do partido, mas ainda não se manifestou.

Em seu primeiro discurso público após se tornar candidata à vaga democrata na disputa pela Casa Branca, nesta segunda-feira (22/07), Kamala Harris elogiou o legado de Joe Biden, afirmando que o atual presidente fez mais nos últimos três anos do que a maioria dos líderes americanos fez em dois mandatos completos.

sf/ra (Reuters, ots)

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