Drones com larvicida são nova arma da Prefeitura de SP contra a dengue
Equipamentos permitem eliminar focos do mosquito em locais de difícil acesso, como telhados e terrenos baldios, e reforçam as ações de combate à doença na capital
A Prefeitura de São Paulo iniciou, no início de março, o uso de cinco novos drones para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Os equipamentos possuem uma tecnologia que permite o disparo de larvicida, uma substância usada para matar as larvas do mosquito, em locais onde os agentes de saúde não conseguem chegar, como telhados, lajes, galpões e terrenos baldios.
Os novos drones se somam aos outros 26 que já eram utilizados pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) para o monitoramento de imóveis e terrenos com possíveis focos do mosquito. A operação dos drones é feita por uma empresa especializada, em conjunto com os agentes de vigilância em saúde da cidade.
O investimento da Prefeitura em drones faz parte de uma estratégia para enfrentar o avanço da dengue na capital, que já registrou mais de 32 mil casos e duas mortes pela doença em 2024. A cidade tem 15 bairros em situação de epidemia, distribuídos pelas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste. (Veja no vídeo a baixo imagens que monstram o trabalho drone)
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) destacou a importância dos drones para eliminar os criadouros do mosquito, que se reproduz em depósitos de água parada. “É uma ação muito importante, porque em uma cidade como São Paulo sabemos que não temos acesso a muitos imóveis e, portanto, temos tido dificuldade para poder fazer a eliminação desses criadouros”, disse ele, que acompanhou uma das ações dos drones na Água Branca, Zona Oeste.
O secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, afirmou que a Prefeitura segue as normas do Código de Trânsito Brasileiro e que as multas têm caráter educativo e preventivo. Ele também ressaltou que a Prefeitura está empenhada em combater a dengue com outras medidas, como campanhas de conscientização, mutirões de limpeza, distribuição de repelentes e visitas domiciliares dos agentes de saúde.
Especialistas em saúde pública elogiaram a iniciativa da Prefeitura, mas alertaram que os drones não são suficientes para conter a dengue. Eles afirmaram que é preciso também investir em saneamento básico, controle ambiental e participação comunitária. Além disso, eles recomendaram que a população se proteja do mosquito, usando repelente, roupas compridas e telas nas janelas, e procure atendimento médico em caso de sintomas da doença.