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Greve dos roteiristas em Hollywood traz prejuízos à indústria audiovisual

Milhares de roteiristas de TV e cinema de Hollywood entraram em greve a partir do dia 2 de maio de 2023, após o fracasso das negociações salariais com os principais estúdios e plataformas. A greve está resultando na interrupção imediata de programas de sucesso, como os shows noturnos, e a previsão é que as séries de TV e filmes que deveriam estrear este ano também sofram atrasos.

O principal sindicato dos roteiristas, o Writers Guild of America (WGA), indicou que as respostas às reivindicações foram “totalmente insuficientes, levando em conta a crise existencial à qual os roteiristas enfrentam”. Entre essas reivindicações, estão o aumento de salários, garantias mínimas para emprego e o recebimento maior de lucros gerados pelo streaming.

Os estúdios alegam que é preciso reduzir gastos devido às pressões econômicas. Os participantes da mobilização afirmam que enfrentam dificuldades com as remunerações estagnadas diante da inflação, enquanto os empregadores acumulam lucros e aumentam as remunerações de seus dirigentes.

Os roteiristas também reclamam que nunca foram tão numerosos a ter um salário fixo estabelecido pelos sindicatos, enquanto canais de TV empregam menos pessoas com o objetivo de escrever séries cada vez mais curtas. A WGA diz temer que os estúdios gerem uma economia de pequenos empregos e que o trabalho dos profissionais do setor se torne “uma profissão freelancer”.

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Um dos principais pontos de desacordo é o pedido da contratação de um número determinado de roteiristas “durante um período determinado, sejam eles necessários ou não”. Outra questão que gera polêmica é o salário dos profissionais que trabalham em séries emitidas por streaming, que permanecem disponíveis durante anos em plataformas como a Netflix.

Há várias décadas, os roteiristas recebem “direitos residuais” pela reutilização de suas obras, uma porcentagem da receita obtida pelos estúdios para o filme ou programa. Porém, com o streaming, os roteiristas obtêm um pagamento anual fixo, inclusive se seu trabalho tiver um grande sucesso, visto por milhões de espectadores em todo o mundo. O WGA pede a reavaliação destes valores, que estão “baixos demais em vista do maciço reaproveitamento internacional” destes programas.

A AMPTP afirma que os pagamentos de “direitos residuais” aos roteiristas atingiram um recorde de US$ 494 milhões em 2021, contra US$ 333 milhões dez anos antes. A entidade também rejeita as insinuações de que os estúdios alegam falsas dificuldades econômicas para reforçar sua posição nas negociações.

Com o movimento, a indústria teme um efeito dominó e vários sindicatos de Hollywood já expressaram solidariedade aos roteiristas, como o SAG-AFTRA dos atores e o DGA dos diretores.

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