Brasil

Marmitas de alimentos da reforma agrária são doadas

Cerca de mil marmitas de alimentos da Reforma Agrária e da agricultura familiar serão distribuídas gratuitamente nesta quarta-feira (22) a moradores de comunidades periféricas e população em situação de rua de Curitiba. A ação marca o Dia Internacional da Agricultora e do Agricultor Familiar, comemorado no próximo dia 25 de julho, e é fruto de doações de alimentos vindos de diversas regiões do estado.

(Giorgia Prates/Fotos Públicas)

A maior parte dos ingredientes que compõe a marmita tem origem orgânica. Parte das refeições será preparada na cozinha da sessão de orgânicos do Mercado Municipal.

As marmitas serão entregues nas Praças Rui Barbosa e Tiradentes, centro da capital; na Praça Plínio Tourinho, no Rebouças; nos arredores do Mercado Municipal; no Parolin e na Vila Formosa. Do arroz até a carne, todo o cardápio da marmita vem das lavouras, hortas, pomares e cooperativas da agricultura familiar e da Reforma Agrária do Paraná. 

O arroz vem da Cooperativa Coana, de assentamentos de Querência do Norte; o feijão da cooperativa Copacon, do assentamento Eli Vive, de Londrina. Batata doce, repolho, hortaliças e frutas, da cooperativa Terra Livre e das famílias do assentamento Contestado, da Lapa; a batata salsa e repolho vem da produção familiar Colônia Marcelino, de São José dos Pinhais; a mandioca, do acampamento Che Guevara, localizado entre os municípios Faxinal/Ortigueira.

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Beterraba, abobrinha e cenoura, do Alexandre Onishi, de São José dos Pinhais, e do Vale do Encanto, de Bocaiúva do Sul. Por fim, a carne de porco e a banha, são do Frigorífico Familiar Maccari, do Sudoeste do Paraná. 

Junto de cada uma das marmitas, também serão entregues frascos com composto de mel com açafrão, produzidos no assentamento Contestado pelo Setor de Saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), para melhora da imunidade; uma máscara, doada pela Campanha 1 Milhão de 1 Real; um frasco de álcool em gel, doados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e pelo mandato do deputado estadual Goura; além de um copo de água da Sanepar, para atender especialmente a demanda das pessoas em situação de rua por acesso à água potável.

A produção das refeições já ocorre toda a semana por iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e organizações parceiras, com o nome Marmitas da Terra. Desde maio já foram produzidas e disponibilizadas, toda quarta-feira, cerca de 7.800 refeições. Doações de alimentos frescos e industrializados em áreas da Reforma Agrária do MST têm acontecido toda semana, desde o início da pandemia. Até agora, 258 toneladas de alimentos foram partilhadas no Paraná. 

(Joka Madruga/Fotos Públicas)

“Essa ação busca demarcar a produção diversa e saudável dos acampamento e assentamentos e da agricultura familiar do Paraná e no intuito de ajudar as famílias que estão na cidade neste momento da pandemia no combate à fome”, explica Adriana Oliveira, integrante do MST e da coordenação da ação semanal de produção das marmitas em Curitiba. 

Além de uma ação de solidariedade com pessoas que vivem em condição de vulnerabilidade neste período de pandemia, a iniciativa defende a criação de políticas públicas para o enfrentamento da fome, o fortalecimento da agricultura familiar, o direito à alimentação saudável e livre de agrotóxicos para toda a população. O Brasil é o “epicentro emergente” da fome extrema no mundo, por consequência da pandemia e pela insuficiência das políticas públicas federais, segundo relatório da ONG Oxfam, divulgado no dia 9 de julho. 

Nesta segunda-feira (20), a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 753, que propõe medidas para socorrer agricultores familiares enquanto durar a crise da COVID-19. As medidas são necessárias para manter e ampliar a produção de alimentos, capaz de ajudar no enfrentamento à fome. A matéria segue agora para análise no Senado Federal e, se aprovada, vai para sanção presidencial.

Além dos assentamentos e acampamentos do MST e dos agricultores familiares, fazem parte da iniciativa as campanhas Periferia Viva e 1 Milhão e 1 Real, o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), a organização de direitos humanos Terra de Direitos e a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

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