Parque Villa-Lobos terá mutirão sobre doenças vasculares
Por Ludmilla Souza
- Marina Silva sobre Cop29: “difícil experiência”
- Após morte de aluno de medicina, Tarcísio diz que abusos da PM serão punidos
- Mega-sena sorteira R$ 18 milhões hoje
- Licitação para privatização de linhas da CPTM é autorizada pelo governo de São Paulo
- Inquérito da PF contra Bolsonaro segue para a PGR; decisão pode ocorrer em 2025
O 13º Dia Vascular de São Paulo, que contará com um mutirão de médicos, vai prestar atendimento gratuito e informar a população a respeito das doenças vasculares, formas de prevenção e tratamentos. O Dia Vascular será realizado neste domingo (15), das 9h às 14h, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. O evento é patrocinado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), e faz parte do projeto Circulando Saúde, promovido pela SBACV Nacional.
Cirurgiões vasculares, residentes da especialidade, acadêmicos e alunos ligados à sociedade realizarão os atendimentos em tendas de apoio, com orientações sobre trombose venosa, doença arterial periférica, aneurisma de aorta e obstrução de artérias carótidas. Entre as razões recorrentes e sintomas das principais doenças vasculares, estão o sedentarismo, a má alimentação, o cigarro, a pressão alta e o estresse do dia a dia.
Durante o evento serão entregues cartilhas informativas e, como reforço, banners estarão expostos com explicações sobre as doenças. Além da assistência gratuita, os visitantes do parque também terão a oportunidade de participar de uma aula de aeróbica.
Varizes
As varizes encontram-se entre as doenças vasculares mais comuns e populares. A principal causa do problema é o surgimento de veias dilatadas e tortuosas, e os sintomas mais frequentes são dor, cansaço e sensação de peso nas pernas, ardência, edema (inchaço), câimbras, dormência e áreas inflamadas de pele com prurido (coceira). Homens e mulheres podem ter varizes, sendo que a maioria dos pacientes apresenta as veias dilatadas nas pernas. Presume-se que 30% da população mundial têm varizes, afetando mais as mulheres (70%) do que os homens (30%).
Segundo o presidente da SBACV-SP, cirurgião vascular Marcelo Calil Burihan, existe a predisposição hereditária, mas também o tipo de trabalho influencia no aparecimento de varizes. “Aquelas pessoas que trabalham muitas horas em pé, ou que ficam muitas horas sentadas, podem ter varizes. Ainda existe uma predisposição maior nas mulheres por causa do problema hormonal, e as pessoas que têm uma sobrecarga maior de peso nas pernas por causa da obesidade também podem desenvolver”.
O tratamento das varizes com o uso de meias elásticas de compressão, principalmente durante a gestação, e a utilização de medicamentos flebotônicos, que melhoram o fluxo venoso, exercícios e emagrecimento, podem ser adotados em alguns casos, antes da indicação cirúrgica.
“A prevenção deve ser feita mantendo um peso adequado, fazendo exercícios, usando meias elásticas, às vezes tomando medicamento para ajudar na circulação, são ações para melhorar a parte circulatória”, alerta o médico.
Como forma de minimizar o problema, alguns procedimentos podem ser necessários como a escleroterapia, que é a secagem dos vasos. A técnica, sempre realizada por um médico especialista vascular, consiste na injeção de substâncias na forma líquida ou com mistura gasosa (mais conhecida como espuma) para desaparecimento das telangiectasias ou aranhas vasculares (vasinhos). Outro procedimento adotado em pequenos vasos é a aplicação do laser. Em algumas situações, o cirurgião vascular pode optar também pela aplicação de espuma ou utilizar o método de ablação, que se constitui em queimar para secar a veia, tanto no uso de fibras de radiofrequência quanto no laser.
No caso de varizes de médio e grosso calibre, em pessoas com sobrepeso ou sintomas de cansaço e queimação, normalmente, a escolha da alternativa mais apropriada é a técnica cirúrgica para retirada dessas veias.
Trombose venosa
Já a trombose venosa profunda é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas da parte inferior do corpo, geralmente nas pernas. Os principais sintomas são dores e inchaço nas pernas, queimação e mudança na cor da pele.
“As tromboses também têm um fator hereditário, por alterações por fatores de coagulação que são chamadas de trombofilia, ou seja, normalmente existe na família. A pessoa tem uma trombose espontânea e não teve uma causa aparente, justamente por causa dessas alterações de fatores de coagulação”, explicou o médico Marcelo Calil Burihan. O especialista disse que mulheres que têm uma incidência um pouco maior e que jovens devem fazer uma pesquisa na família para saber se tem algum caso.
Aneurisma
Já os aneurismas são dilatações anormais das artérias. “O aneurisma de aorta, apesar de ser pouco incidente na população, é uma doença que leva a uma alta mortalidade, porque as pessoas nem sabem que têm e quando descobrem é porque rompeu o aneurisma. O aneurisma de aorta incide mais no abdome e geralmente são descobertos em ultrassom, em tomografia, porque as pessoas não costumam apalpar a barriga, e muitas vezes passa batido em exames físicos também”, disse Burihan.
Quanto à prevenção, o médico disse que há um controle para que ele não cresça e não rompa, mas o principal é não fumar. “O tabagismo é a principal causa de rotura do aneurisma, a pressão também tem que estar bem controlada para que ele não aumente, não expanda. O colesterol deve ser controlado para que não haja depósito na parede da artéria para que não haja enfraquecimento dela”.
Doença Arterial Periférica
A doença Arterial Periférica, conhecida como má circulação, está se tornando mais frequente. A prevalência é atingir de 3% a 5% da população depois dos 50 anos e de 500 a 1.000 indivíduos por ano por milhão de habitante, segundo a SBACV. Essa doença pode se tornar um grave problema e, se não tratada, há o risco de uma isquemia de membros (amputação). Nesse caso, segundo o médico vascular, a doença é consequência de uma série de fatores. “As causas são o aumento do colesterol, a diabetes, a hipertensão e o tabagismo”.