Líder comunitária desaparece e carro é encontrado queimado
Vera Lúcia da Silva desapareceu no Grajaú, periferia da zona sul da cidade de SP; em seu carro havia um corpo, mas Polícia Civil ainda não confirmou identidade
A cozinheira Vera Lúcia da Silva Santos, 64 anos, fundadora da Associação Comunitária Auri Verde, localizada no Grajaú, periferia da zona sul da cidade de São Paulo, desapareceu na manhã da última quinta-feira (16/7). Seu carro foi encontrado dois dias depois, no sábado (18/7), carbonizado e com um corpo no porta-malas.
Segundo consta no boletim de ocorrência, Vera saiu de carro da rua Camilo Cortellini, no Grajaú, por volta das 10h da quinta-feira e não foi mais vista. Seu filho tentou ligar, mas outra pessoa atendeu afirmando que era dona do aparelho. Depois disso, o celular da líder comunitária foi desligado.
No sábado (18/7), por volta das 12h49, o carro de Vera foi encontrado carbonizado com um corpo no porta-malas. A polícia passou a investigar o caso como homicídio qualificado e o caso foi encaminhado para o DHPP.
O veículo foi encontrado na rua Doutor Pedro de Castro Valente, também no Grajaú, 5 km de distância do local em que Vera foi vista pela última vez. Segundo o delegado Fabio Akira Tokuda, do 101ºDP (Jardim das Imbuias), não é possível afirmar que o corpo encontrado é de Vera, já que a ossada estava carbonizada.
Vera Lúcia transformou a infância difícil em luta. Ela nasceu em Taperoá, no sul da Bahia, e aos 7 anos foi adotada e levada para São Paulo. Começou sua trajetória como doméstica e, em 1992, fundou a Associação Comunitária Auri Verde, que atua como trabalho comunitário para promover a garantira de direitos às pessoas sem acesso a princípios básicos, como saneamento básico, pavimentação e energia elétrica. A associação, inclusive, fez um documentário contando a história dela.
A Auri Verde também atua em 6 CEIs (Centros de Educação Infantil) e um CCA (Centro para Crianças e Adolescentes), na região do Grajaú, que proporcionam, juntos, espaços culturais e de educação para crianças e adolescentes.
Por Caê Vasconcelos – Repórter da Ponte