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Invasores do Capitólio queriam ‘capturar e assassinar políticos’

capitolio eua guarda
Guardas fazem segurança da Câmara dos Representantes, o Capitólio americano (Bryan Myhr/Guarda Nacional dos EUA/via Fotos Públicas)

Promotores de Justiça dos Estados Unidos acreditam que os apoiadores do presidente Donald Trump que invadiram o Capitólio na semana passada tinham como objetivo “capturar e assassinar políticos eleitos” durante o ataque, segundo documentos judiciais revelados nesta quinta-feira (14/01).

Com base nesta avaliação, promotores do Departamento de Justiça pediram a manutenção da prisão de Jacob Chansley, que vestia um capacete com chifres e pele de animal e carregava uma lança durante a invasão. Ele é adepto da teoria de conspiração de extrema direita QAnon.

“Há fortes evidências, incluindo as palavras e ações de Chansley no Capitólio, de que a intenção dos manifestantes era capturar e assassinar congressistas dos Estados Unidos”, escreveram os procuradores num memorado.

Os procuradores fazem ainda referência a uma nota deixada por Chansley ao vice-presidente, Mike Pence, alertando que “era só uma questão de tempo, a justiça vai chegar”.

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O defensor público do extremistas não quis comentar as novas acusações. Chansley deve comparecer a um tribunal nesta sexta-feira.

A avaliação dos promotores surge no momento em que começam a fazer acusações mais graves contra os manifestantes que participaram da invasão diante da revelação de novos fatos. Entre eles estão o caso do bombeiro aposentado Robert Sanford, que bateu na cabeça de um policial com um extintor de incêndio, e de Peter Stager, que espancou um agente com um mastro de bandeira.

No caso de Chansley, os promotores afirmam que ele participação ativa na “insurreição que visava derrubar com violência o governo dos EUA” e alertam que “a insurreição continua em andamento” com mais protestos previstos para acontecer em Washington e outras cidades. Eles dizem ainda que o extremista sofre de abuso de drogas e problemas mentais.

“Chansley falou abertamente que acredita ser um alienígena, um ser superior, e que estaria na Terra para ascender a outra realidade”, revelam os promotores.

Investigação em curso

O Departamento de Justiça apresentou mais de 80casos criminais relacionados à invasão do Capitólio na semana passada, que terminou com cinco mortos. Apoiadores de Trump saquearam e destruíram diversos gabinetes, além de atacar a polícia.

A maioria dos acusados foi facilmente identificada pelo FBI, que já rastreou mais de 200 suspeitos a partir de vídeos e fotografias publicados em redes sociais.

Com o avanço das investigações, as autoridades têm recolhido provas de que alguns manifestantes desejavam matar congressistas, com a colaboração de grupos de ativistas altamente treinados.

Os procuradores descobriram a presença de vários membros atuais ou antigos das Forças Armadas dos EUA, que usaram táticas de guerrilha na invasão. Entre os elementos com este perfil mais proeminentes estão um tenente-coronel aposentado da Força Aérea e um veterano de combate condecorado do Texas, que foi detido depois de ser fotografado usando um capacete e uma armadura, segurando várias algemas que alegadamente serviriam para fazer reféns dentro do Capitólio.

Também dois polícias de uma pequena cidade do estado da Virgínia, ambos ex-soldados de infantaria, foram detidos pelo FBI, depois de terem compartilhado nas redes sociais imagens da sua atividade dentro do Capitólio.

Igualmente sob investigação está um militar da Carolina do Norte que organizou a viagem de dezenas até Washington e é suspeito de ser um dos mentores de atividades violentas dentro do Capitólio.

As imagens do ataque mostram dezenas com equipamento de estilo militar, incluindo capacetes, coletes à prova de bala, mochilas e ‘walkie talkies’, enquanto outros usaram tacos de beisebol e bandeiras pró-Trump amarradas a mastros robustos para atacar as forças de segurança.

Alguns destes elementos pertencem ao grupo de extrema-direita Proud Boys e muitos outros integram milícias que, de acordo com serviços de informação, têm se armadofortemente ao longo dos últimos anos.

Por Deutsche Welle

 CN/rtr/afp/lusa

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