Bolsonaro chama Lula de “analfabeto” e “jumento” em evento do PL em SP
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última terça-feira (25). Na ocasião, o ex-militar, que está inelegível, participava de um evento do Partido Liberal (PL) na Câmara Municipal de São Paulo.
“A quem interessa – levem-se em conta alguns países europeus, países mais ao Norte – um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto? Um jumento”, questionou Bolsonaro, se referindo a Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022.
Bolsonaro também disse que o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), “nunca trabalhou na vida”. Após as falas, o líder da extrema direita brasileira foi aplaudido e pôde-se ouvir gritos de “mito”.
O ex-presidente também elevou o tom ao falar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro criticou a decisão de Moraes que quebrou o sigilo de mensagens de um assessor da Presidência, Mauro Cesar Barbosa Cid, no âmbito do inquérito das milícias digitais.
“O tempo todo usando a caneta para fazer maldade, tentar me tirar de combate, para desgastar. Já desafiei o Alexandre de Moraes, que vazou a quebra de sigilo telemático do meu ajudante de ordens, que é um crime o que esse cara fez. Esse cara fez um crime. Meu ajudante de ordem, em especial o Cid – porque eu tenho quatro – , é um cara de confiança meu”, disse Bolsonaro, aos gritos.
Bolsonaro também reclamou da multa aplicada contra ele pelo TSE por propaganda eleitoral antecipada ao reunir embaixadores estrangeiros em Brasília para disseminar informações falsas e infundadas contra as urnas eletrônicas.
“Será que é difícil enxergar tudo isso, que eu estou lutando não é por mim? É pelo Brasil. Para mim era muito mais fácil estar do outro lado do balcão, do lado daquele cara que está no Supremo e está no TSE [Alexandre de Moraes]. Tudo canetando contra mim. Acabou de me dar uma multa de R$ 20 mil porque eu reuni embaixadores aqui”, vociferou Bolsonaro.
Bolsonaro foi condenado à inelegibilidade por um período de 8 anos pelo TSE por declarações falsas e ataques ao sistema eleitoral, o que o torna elegível apenas para as eleições presidenciais de 2030.
O ex-presidente também criticou a Comissão da Verdade, alegando que o colegiado omitiu os crimes da ditadura militar. “Que porra de verdade é essa que não começa investigando o Celso Daniel [prefeito petista assassinado em Santo André]? É uma esquerda que não quer o bem do país. Qualquer um pode ser preso hoje por nada. […] Vai pra ponta da praia. Tudo é estado democrático de direito”, disse.
O evento marcou a filiação ao PL do vereador Fernando Holiday, que já passou por sua quinta legenda desde que ingressou na vida pública ao ser eleito para a Câmara Municipal de São Paulo em 2016.