Aumento na conta de luz: brasileiros devem pagar 5,6% a mais em 2024, segundo Aneel
A agência reguladora estima que o reajuste tarifário será superior à inflação projetada para o ano. Os custos da geração, transmissão e encargos setoriais são os principais fatores que influenciam o aumento.
Os brasileiros devem se preparar para pagar mais caro pela energia elétrica em 2024. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) projeta que a conta de luz deve subir, em média, 5,6% neste ano, acima da inflação esperada para o período, de 3,86%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. O aumento deve pressionar o orçamento das famílias e das empresas, e impactar os índices de preços.
A Aneel reajusta anualmente as tarifas de energia cobradas pelas distribuidoras, na data de aniversário de concessão. Os reajustes levam em consideração fatores como o custo da geração e transmissão de energia, além de encargos setoriais. Também são considerados os custos próprios da operação da distribuidora e a inflação no período.
Segundo a agência, os principais fatores que influenciam o aumento da conta de luz em 2024 são:
- O aumento do custo da energia contratada no mercado cativo, que é o nome usado quando o consumidor não pode escolher de quem receber a energia, e é “obrigado” a comprar da distribuidora local. Esse custo é determinado por leilões realizados pelo governo, que definem o preço da energia gerada por usinas hidrelétricas, termelétricas, eólicas, solares e outras fontes;
- O aumento do custo da expansão da rede de transmissão, que é o sistema que transporta a energia das usinas até as subestações das distribuidoras. Esse custo é definido por licitações realizadas pelo governo, que concedem a exploração do serviço de transmissão por 30 anos;
- O aumento do valor dos encargos setoriais, que são tributos e contribuições que incidem sobre a tarifa de energia. Esses encargos financiam políticas públicas do setor elétrico, como subsídios a consumidores de baixa renda, incentivos a fontes renováveis, pesquisa e desenvolvimento, entre outros. O principal encargo é a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que deve alcançar o maior valor da série histórica da Aneel em 2024, somando R$ 37,2 bilhões.
Em 2023, a Aneel havia estimado um aumento médio de 6,8% nas tarifas das distribuidoras. Contudo, a alta verificada foi de 5,9%. Isso ocorreu porque alguns componentes de custo que estavam previstos para o ano passado foram adiados para este ano, como o pagamento de indenizações às transmissoras que renovaram suas concessões em 2012.
A projeção da Aneel para 2024 ainda pode mudar, dependendo do comportamento do mercado de energia, da variação cambial, da inflação e de outros fatores. A agência divulgará os reajustes de cada distribuidora ao longo do ano, conforme o calendário de revisão tarifária.
Para economizar na conta de luz, a Aneel recomenda aos consumidores que adotem hábitos de consumo consciente, como desligar os aparelhos elétricos da tomada quando não estiverem em uso, evitar o uso de chuveiros elétricos nos horários de pico, substituir as lâmpadas incandescentes por LED, entre outras dicas que podem ser encontradas no site da agência.