Empresas suspeitas de lavar dinheiro do PCC receberam R$ 800 milhões da Prefeitura
Mandados de prisão e de buscas são cumpridos na Grandes SP
Duas empresas suspeitas de lavar dinheiro para o PCC receberam, em 2023, mais de R$ 800 milhões da Prefeitura de São Paulo. A informação é do Ministério Público.
A “Upbus e da TW, duas empresas de ônibus responsáveis pelo transporte de cerca de quase 700 mil passageiros diariamente na maior cidade do país que receberam mais de R$ 800 milhões de remuneração da Prefeitura de São Paulo em 2023”, informa nota divulgada à imprensa pelo MP-SP.
As duas empresas foram alvos de uma operação na manhã de hoje (9).
“Na manhã desta terça-feira (9/4), o MPSP, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), a Polícia Militar, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Receita Federal deflagraram a Operação Fim da Linha, que, na esteira da Operação Sharks, tem como objetivo desbaratar duas organizações criminosas que lavam recursos ilícitos do PCC provenientes de tráfico de drogas, roubos e outros delitos”, diz a nota.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão e a 52 mandados de busca a apreensão. O MP-SP suspeita do envolvimento de 29 pessoas no esquema. “A Justiça já determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio para garantir o pagamento a título de dano moral coletivo”, reforça a nota.
A Upbus foi fundada em 2015, segundo publicação no site da empresa. Não há detalhes sobre a TW.
Diretores presos
Diretores das duas empresas de ônibus foram presos durante a operação.
Mandados são cumpridos nas garagens dessas transportadoras, residências e escritórios dos envolvidos. Em um imóvel já foram encontrados fuzis, revólveres, dinheiro em espécie e joias.
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a SPtrans, empresa municipal que administra o transporte coletivo na cidade assuma imediatamente a operação das linhas, que transportam mensalmente cerca de 15 milhões de pessoas. A Transwolff opera na zona sul e a Upbus na zona leste da capital.
Operação
Segundo o Ministério Público, a operação mobilizou 64 membros do MPSP, 43 integrantes da Receita Federal, empregando 20 viaturas, dois agentes do CADE e um efetivo de 340 policiais militares do Comando de Policiamento de Choque (1° BPChq, 2° BPChq, 3° BPChq, 4°BPChq, 5° BPChq e RPMon), utilizando 106 viaturas, bem como agentes do setor de inteligência da PM.