Política

Bolsonaro indica André Mendonça para vaga no STF

André Luiz de Almeida Mendonça
André Luiz de Almeida Mendonça, advogado-geral da União, indicado para a vaga do STF
(José Cruz/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro indicou André Luiz de Almeida Mendonça, atual advogado-geral da União, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) aberta com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.

Com a indicação, Bolsonaro cumpre sua promessa, feita em 2019, de nomear alguém “terrivelmente evangélico” para a corte, numa tentativa de agradar a sua base evangélica. Além da formação em Direito, Mendonça, de 48 anos, tem graduação em teologia e é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília.

Para de fato assumir a vaga no STF, Mendonça ainda tem que ser sabatinado e receber o aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, ser aprovado por maioria simples no plenário.

Mendonça assumiu o cargo de advogado-geral da União já no início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019, após ter atuado na AGU desde 2000. Antes disso, ele foi advogado na Petrobras por três anos.

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Em abril do ano passado, após o ex-juiz Sergio Moro deixar o cargo de ministro da Justiça, Mendonça assumiu o comando da pasta.

“Muito obrigado por existir, meu prezado, depois da Damares [Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos], terrivelmente evangélico”, disse Bolsonaro na posse de Mendonça como ministro da Justiça. Ele desempenhou a função até o fim de março deste ano, quando retornou à AGU. Questionado sobre o termo, Mendonça declarou não saber o que seria o “terrivelmente” e ser apenas evangélico.

Ao confirmar a intenção de indicar Mendonça para o STF, na semana passada, Bolsonaro afirmou ser preciso honrar seus compromissos e definiu o advogado-geral como alguém que “não abre mão de suas convicções” e seria “ideal para o Supremo”.

O presidente sugeriu ainda que, se Mendonça for confirmado ministro do STF, o tribunal iniciasse cada uma de suas sessões com orações. “Como é bom, se uma vez por semana, nessas sessões que são abertas no Supremo Tribunal Federal, começassem com uma oração do André”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio Guaíba. “Uma pitada de religiosidade, de cristianismo dentro do Supremo, é bem-vinda.”

Polêmicas e críticas

A atuação de Mendonça tanto como advogado-geral da União quanto como ministro da Justiça foi marcada por uma série de polêmicas.

À frente da pasta, ele foi alvo de críticas por pedir que fossem abertas investigações de críticos do governo com base na Lei de Segurança Nacional, herança da ditadura militar, e por um relatório produzido pelo governo sobre a atuação de 579 policiais e professores descritos como antifascistas.

Em abril deste ano, o novamente advogado-geral da União foi criticado por lançar mão de argumentos religiosos para defender a reabertura de igrejas durante a pandemia, afirmando que os cristãos estariam dispostos a morrer pela fé.

Mendonça é o segundo ministro do STF indicado por Bolsonaro, após Kassio Nunes Marques, que assumiu em novembro do ano passado a vaga deixada por Celso de Mello.

Por Deutsche Welle
lf/as (ots)

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