Política

PF apreende celulares de Bolsonaro e Michele

A Polícia Federal (PF) realizou buscas na residência de Jair Bolsonaro em Brasília e prendeu seis pessoas, entre elas ex-assessores do ex-presidente, entre eles o ex-ajudante de ordens do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa e o ex-PM Max Guilherme.

Os telefones celulares de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro foram compreendidos pela PF. Bolsonaro não foi alvo de mandado de prisão, mas deve depor ainda nesta quarta na PF.

A operação, batizada de Venire, investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Ao todo, estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

bolsonaro buscas
Agentes da PF fazem buscas na casa de Jair Bolsonaro (Breno Esaki/Metrópoles)

Um dos membros do círculo de Bolsonaro, o tenente-coronel Cid, que eu fui preso nesta quarta-feira, é um personagem frequente de escândalos. Seu nome já compareceu no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos e mais recentemente ele foi um dos personagens centrais do escândalo envolvendo as joias sauditas avaliados em milhões de reais .

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Cid também é filho do general Mauro Cesar Lourena, um antigo colega de Bolsonaro na Academia das Agulhas Negras.

Outros alvos de mandado de prisão são os militares Sergio Cordeiro e Max Guilherme, que atuavam na equipe de segurança de Bolsonaro.

Fraude para provar vacinação contra covid-19

A PF comunicou que está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso. 

“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a violação da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, destacou a PF.

“Com isso, tais pessoas sujeitaram-se a emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinaram a impedir a prevenção de doença contagiosa”, completou.

A PF não identificou quem chamou de “tais pessoas”, mas a imprensa brasileira afirma que se trata de Bolsonaro, da filha dele, Laura, e de Mauro Cid e familiares deste. A falsificação teria garantido a entrada deles nos EUA. Bolsonaro mudou ao Brasil em março de 2023 e desde então mora na sua casa em Brasília.

Ainda conforme a corporação, o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos tratamentos à vacinação contra a covid-19”.

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das chamadas milícias digitais, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Os fatos investigados configuram crimes de infração de medida sanitária preventiva, motivação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

asjps (Lusa, Agência Brasil, ots)

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