Eleições 2018: como é a logística da contagem dos votos?
Fonte: BBC
Como é possível que todos os votos sejam reunidos e contados tão rapidamente, a ponto dos resultados das eleições terem sido conhecidos antes das 22h nos últimos três pleitos?
A operação por trás de uma eleição brasileira envolve 2 milhões de mesários e mais de 400 mil urnas eletrônicas, além de 15,4 mil servidores da Justiça Eleitoral, militares das Forças Armadas em 500 municípios de 11 Estados brasileiros e ainda 2.645 juízes eleitorais espalhados por todo o território. Estes números ajudam a ter uma ideia da magnitude de uma eleição geral.
Afinal, trata-se de colher o voto de 146 milhões de eleitores brasileiros, para eleger um Presidente da República, 27 governadores, 54 senadores, 513 deputados federais e 1.059 deputados estaduais/distritais.
Além disso, as eleições no Brasil são um processo caro para os cofres públicos: em 2014, custaram R$ 650,8 milhões, segundo informou o TSE à BBC News Brasil.
Os técnicos da Justiça Eleitoral dividem o processo em duas partes: a apuração, que é a contagem de quantos votos cada candidato teve numa determinada urna, e a totalização, que é a soma dos resultados de todas as urnas para saber quem foi eleito para cada cargo.
Como é o processo de apuração?
A apuração é feita individualmente por cada uma das urnas eletrônicas depois das 17h, quando acaba o horário de votação. Cabe aos mesários acionar o encerramento da urna eletrônica. Esta emite então o boletim de urna (BU), impresso em papel, e também um arquivo digital chamado Registro Digital de Voto (RDV). O RDV é armazenado num pequeno objeto chamado “memória de resultado”, que nada mais é que um pen drive.
Nos centros urbanos, cada local de votação tem um terminal de acesso ao sistema da Justiça Eleitoral. É por esta rede que os dados são enviados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de cada Estado.
Em localidades afastadas, como uma comunidade ribeirinha no Amazonas, é preciso às vezes que as memórias de resultado sejam levadas fisicamente do local de votação a uma outra seção eleitoral para ser transmitida por satélite ou onde exista acesso à rede da Justiça Eleitoral. Mas não é preciso levar as memórias até a sede do TRE, em Manaus, por exemplo.
“Desta forma, não é necessário transportar a urna para que o resultado produzido por ela seja totalizado, bastando apenas transportar um pen drive até um ponto de acesso à rede privativa da Justiça Eleitoral”, disse o chefe da Seção de Voto Informatizado do TSE, Rodrigo Coimbra, à BBC News Brasil.
Os resultados são transmitidos online, mas não viajam pela mesma rede mundial de computadores que você está usando para ler este texto: a Justiça Eleitoral conta com uma estrutura de comunicação própria, fornecida pelas operadoras de telefonia.
Locais de votação, cartórios eleitorais, TREs dos Estados e o TSE passam a estar conectados por uma intranet (rede privada de computadores), pela qual os resultados são transmitidos.
O único ponto de encontro entre essa intranet eleitoral e a internet que todos usamos fica no TSE, em Brasília. O tribunal controla o acesso: nos dias de votação, a internet fica praticamente inacessível no TSE.
Como é feita a soma dos votos?
A totalização, isto é, a soma dos votos de todas as urnas, começa nos TREs dos Estados. Servidores da Justiça eleitoral usam ferramentas computacionais para somar os votos de todas as urnas de um determinado Estado. A partir daí, já é possível saber quem são os senadores, deputados federais e estaduais do Estado e também se haverá segundo turno na disputa para governador.
A votação da disputa presidencial é enviada pelos TREs ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, que totaliza dos votos e divulga o resultado. A transmissão e totalização dos votos se dão em tempo real: assim, é possível acompanhar minuto a minuto a evolução da apuração presidencial e dos demais cargos.
Você pode acompanhar a apuração em tempo real, diretamente, através dos dados da Justiça Eleitoral. Há aplicativos para smartphone (Android e iPhone) e também para computadores…
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