Farmacêutica alemã vai testar vacina pra Covid-19 no Brasil
A biofarmacêutica alemã CureVac anunciou nesta terça-feira (11/08) que pretende testar sua vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 em voluntários brasileiros.
A CureVac, baseada em Tübingen, na Alemanha, está trabalhando na chamada vacina experimental de mRNA. Um tipo de molécula mensageira, o mRNA contém instruções para a produção de proteínas que desencadeariam uma reposta imune. A americana Moderna também desenvolve uma vacina desse tipo.
Segundo informou a infectologista brasileira Sue Ann Clemens, membro do comitê da CureVac, os testes da vacina da empresa devem ser iniciados no país sul-americano em setembro ou outubro.
O diretor de desenvolvimento da vacina da CureVac, Peter Kremsner, afirmou que os testes em andamento na Alemanha têm corrido muito bem.
No final de julho, o governo alemão anunciou que o país estava repassando fundos de um programa especial de 750 milhões de euros (cerca de 4,5 bilhões de reais) para três empresas alemãs que estão desenvolvendo vacinas “promissoras”: BioNTech, de Mainz, IDT Biologika, de Dessau, além da CureVac, de Tübingen.
No momento, o Brasil é um dos maiores “laboratórios” de testagem de vacinas contra o coronavírus no mundo por causa da alta incidência de coronavírus. Três vacinas já estão sendo testadas no país. Uma delas é da empresa AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, e outra, da chinesa Sinovac.
A terceira é uma parecia entre o laboratório alemão BioNTech e a multinacional americana Pfizer, e começou a ser testada na semana passada.
O número de infectados oficialmente identificados no Brasil passa de 3 milhões – segundo maior número do mundo, depois dos EUA. Mas a incidência é provavelmente muito maior, já que o Brasil tem testado pouco a sua população para identificar infecções. O país acumula mais de 100 mil mortes por covid-19.
O Brasil está sem ministro da Saúde desde meados de maio e o presidente Jair Bolsonaro, que minimizou repetidas vezes os riscos do vírus, segue com uma política de apostar em tratamentos à base de hidroxicloroquina, um fármaco sem eficácia comprovada contra a covid-19.
JPS/dpa
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