Indígena é espancada após denunciar aliciamento e tráfico em aldeia
Em vídeo publicado na última sexta-feira, 21, a jovem estudante Aline de Souza acusou ter sido agredida e atacada por denunciar aliciamento e tráfico de drogas na comunidade indígena que pertence à etnia Guarani Kaiowa, no Mato Grosso do Sul.
Segundo o site de notícias IG, a jovem líder indígena foi espancada por quatro homens nas proximidades de sua aldeia, que fica no município de Amambaí, Mato Grosso do Sul. Uma fonte do veículo que preferiu não se identificar afirmou que Aline sofreu traumatismo craniano por conta de pancadas na cabeça.
As imagens fortes mostram a indígena sangrando, com uma faixa na cabeça e chorando muito. “Nós, defensores de direitos humanos, a cada dia passamos por essa violência e por lutar por nossos direitos humanos. Queremos justiça”, diz a organização em uma publicação.
Indígena diz que teme pela segurança da família
Após a alta divulgação do vídeo, a indígena publicou mensagem para tranquilizar seus seguidores. “Gente, estou viva. Em breve, dou notícias. Vou tentar descansar um pouco”.
Na manhã deste domingo, 23, Aline voltou a rede social para agradecer as mensagens de apoio, com uma sequência de vídeos. “Venho aqui para agradecer todos os carinhos que eu tenho recebido de todos. Todas as mensagens que as pessoas têm me enviado, de força e mandando energias positivas. Quero dizer que agora estou bem”, confirmou.
Apesar de afirmar estar bem fisicamente, a jovem afirma que precisou deixar seu território e se abrigar em outro lugar. “Estou um pouco preocupada com a minha família que ficou na aldeia. Na verdade, não sei o que fazer. Minha vida toda virou um rebuliço”, lamentou.
Aline faz parte da organização da juventude Guarani Kaiowa, que desde o começo de 2022 realiza uma campanha de retomada com outros jovens para fazer um mapeamento da violação de direitos humanos entre jovens da etnia que, segundo a organização, estão passando fome, miséria e violação de direitos humanos.
Entre as denúncias estão suicídios, violência, espancamentos e intolerância religiosas. Na campanha pedem combustíveis, alimentos e cesta básica.
A Aty Jovens Guarani-Kaiowá está recolhendo doações para promover um mapeamento de violação de direitos sofridos pela juventude do povo indígena. O grupo recebe alimentos, combustíveis e dinheiro. Interessados podem contribuir por meio dos seguintes dados bancários:
Você pode ajudar a campanha por meio do Pix 047.558.951.38 ou Banco Bradesco, Agência: 1277 Conta: 0046661-1.