Saúde

Ministério diz que país “zerou” a fila de tratamento de hepatites

Os casos de hepatites caíram no Brasil em 2019, confirmando uma tendência de queda nos últimos anos. Contudo, o país ainda deve atuar para alcançar a meta de reduzir em até 90% os casos da doença e em 65% as mortes associadas a ela até 2030, conforme compromisso firmado no Plano Estratégico Global das Hepatites Virais.

O Ministério da Saúde apresentou hoje (28) o boletim epidemiológico sobre hepatites.

Os casos de tipo B somaram 13.971 em 2019, uma queda frente aos 14.686 do ano anterior. Os óbitos oscilaram para cima, indo de 414 (2017) para 424 (2018). Na distribuição regional, o Sul foi o que registrou o maior número de pessoas com a doença (4.529), seguido por Sudeste (3.867), Norte (2.471), Nordeste (2.021) e Centro-Oeste (1.081).

Mais homens (7.938) do que mulheres (6.028) foram atingidos pela enfermidade. No recorte por cor e raça, ela foi mais comum em pardos (5.637) e brancos (5.420), tendo ainda ocorrências em pretos (1.399), amarelos (177) e indígenas (125). A principal forma de contágio foi por via sexual (20,4%).

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Hepatite C

Os casos de hepatite C também sofreram redução de 2018 para 2019, de 27.773 para 22.747. As mortes em função da doença também caíram, de 1.720 em 2017 para 1.574 em 2018. No ano passado, a prevalência em termos territoriais foi no Sudeste (11.666), seguido por Sul (7.168), Nordeste (1.869), Norte (1.075) e Centro-Oeste (959).

Assim como nas demais hepatites, a ocorrência foi maior em homens (12.735) do que em mulheres (9.996). No recorte por cor e raça, a incidência foi maior em brancos (11.407) do que nos demais: pardos (6.641), pretos (2.008), amarelos (223) e indígenas (46). A principal causa foi o uso de drogas (12,1%), seguido da transfusão de sangue (10,3%) e relação sexual (8,9%).  

Hepatite A

Os casos registrados de hepatite A tiveram redução de 2.188 para 891, de 2018 para 2019. Já o quantitativo de mortes mais atualizado é referente a 2018, quando faleceram 28 brasileiros em função da enfermidade, número maior do que os 22 que padeceram do mesmo mal em 2017.

A região com a maior quantidade de pessoas com a doença, no ano passado, foi a Sudeste (457), seguida por Norte (151), Sul (135), Nordeste (94) e Centro-Oeste (54). No recorte de gênero, a doença atingiu mais homens (540) do que mulheres (351). Já na distribuição por cor e raça, os casos foram registrados principalmente em brancos (353) e pardos (326), seguidos de pretos (55), amarelos (14) e indígenas (2).

Hepatite D

A hepatite D tem menos casos que as demais e oscilou para cima em 2019, indo de 151 (em 2018) para 164. A prevalência da doença foi sobretudo na Região Norte (104), mas menor nas demais regiões: Sudeste (26), Sul (19), Nordeste (10) e Centro-Oeste (5). Como nas demais, a ocorrência foi maior em homens (110) do que em mulheres (54).

Medidas

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, afirmou que a pasta “zerou” a fila de tratamento para hepatites virais. O termo é empregado quando se atinge um determinado número de tratamentos anuais considerado adequado.

Ele acrescentou que foi feito um pregão para mais de 50 mil tratamentos, o que garante o abastecimento da rede de saúde até 2021. Para hepatite B, o estoque de medicamentos estaria garantido até o 1º trimestre do ano que vem.

“Os medicamentos passaram a ser enviados mensalmente, antes era a cada três meses. Fizemos isso pra garantir maior agilidade no atendimento. Consequentemente isso também garante maior controle dos estoques e diminui a chance do desabastecimento na ponta. O ministério envia 20% a mais do que consumo de cada estado”, declarou Medeiros.

O secretário lembrou que há um compromisso de redução de 90% até 2030. “Esta meta será alcançada com esforço contínuo do SUS [Sistema Único de Saúde], dos nossos profissionais, da nossa cobertura vacinal, da nossa disponibilização dos tratamentos adequados”, reforçou.

Por Jonas Valente – Repórter da Agência Brasil

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