‘Seremos uma família’, diz Bolsonaro ao se filiar ao 9º partido político
O presidente Jair Bolsonaro se filiou nesta terça-feira, 30, ao Partido Liberal, em Brasília. Bolsonaro estava há dois anos sem partido depois de abandonar o PSL em novembro de 2019 para criar, sem sucesso, seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil. O PL se torna o 9º partido a receber Bolsonaro, foram: Partido Democrata Cristão (PDC) 1989-1993; Partido Progressista Reformador (PPR) 1993-1995; Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) 2003 – 2005; Partido da Frente Liberal (PFL) 2005; Partido Progressista (PP) 2005 – 2016; Partido Social Cristão (PSC) 2016 – 2018; e por fim, Partido Social Liberal 2018 – 2019.
Em seu discurso, Bolsonaro citou as conquistas do governo elencando alguns de seus ministros presentes no evento como Teresa Cristina (Agricultura), Paulo Guedes (Economia) e Tarsício de Freitas (Infraestrutura). O presidente agradeceu a confiança do partido.
“É motivo de orgulho muito grande estar aqui. Agradeço a confiança que o Valdemar da Costa Neto depositou em mim, me acolhendo agora para fazer parte do seu partido. Quero agradecer a todos vocês, a Deus por este momento e dizer que cada vez mais estamos juntos no mesmo ideal. E sempre o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, concluiu Bolsonaro antes da assinatura da ficha de filiação ao PL.
Antes, porém, Bolsonaro pediu ao pastor e deputado federal Marcos Feliciano que fizesse uma oração em claro aceno aos evangélicos.
Jair Bolsonaro “casou” com o PL depois de muita conversa com o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. Bolsonaro exigiu que o partido não faça qualquer aliança com partidos de esquerda em 2022 e indicou alguns nomes para disputas regionais como o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para o governo de São Paulo e o ministro da Cidadania, João Roma, para o governo da Bahia. Costa Neto precisou cancelar acordos firmados anteriormente para abrigar o presidente. Estas negociações foram o motivo de Bolsonaro adiar sua filiação prevista para o dia 22 de novembro. Antes, o presidente cogitou a possibilidade de filiar ao Progressistas (PP), partido do ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira.
“O Ciro [Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil] aqui do meu lado, não foi fácil essa decisão. Ele sempre tentando puxar a brasa para sua sardinha. Obviamente, isso nos deixa bastante feliz, sinal que somos queridos.” Outras personalidades do PP acompanharam o evento como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e o líder do governo Ricardo Barros. Além de Bolsonaro, também se filiaram o senador Flávio Bolsonaro, de saída do Patriota, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Durante seu discurso, Bolsonaro negou que o evento seja para lançar qualquer candidato, mas fez referência a Tarsício de Freitas dizendo que tem grandes expectativas em sua candidatura: “uma esperança enorme para nosso Estado de São Paulo”. E contrariando rumores, o presidente afirmou não decidirá sozinho os candidatos regionais. “Eu e Valdemar não seremos pessoas que vão decidir certas coisas sozinhos. A nossa visão vai passar por vocês. Nós queremos compor e fazer o melhor para nosso Brasil”, disse Bolsonaro.
Relembrando bandeiras e marcos do Governo Bolsonaro, Valdemar Costa Neto felicitou o presidente e disse que “faltava um nome que representava o projeto para o Brasil” no PL. “Temos a noção exata da nossa responsabilidade ao empunhar as bandeiras de sua obra a frente de um governo que nunca se intimidou. Este é o Brasil que também está sendo construído, este é o Brasil que vamos abraçar para prosperar”, concluiu o Costa Neto em seguida cumprimentando Bolsonaro.
Pré-candidatos
Além de Jair Bolsonaro agora no PL, mais outros 10 nomes já estão postos para a disputa eleitoral do ano que vem. Rival do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva do PT, lidera todas as intenções de votos nas pesquisas e considerado garantido no segundo turno das eleições. Sergio Moro, que se filiou recentemente ao Podemos, já está em plena pré-campanha conversando com empresários e lideranças políticas. Pelo PDT, Ciro Gomes não esconde seu desejo de estar no pleito de 2022 e há meses tem frequentado vários programas populares na internet.
Depois do embrólio das prévias do PSDB, João Doria foi escolhido pelo partido como pré-candidato mas declarou há pouco tempo que abandonaria a candidatura para apoiar um nome competitivo na terceira via. Gilberto Kassab, cacique do PSD, lançou o presidente do Senado Rodrigo Pacheco dizendo que ele é um o Brasil precisa de um nome conciliador. O MDB lançou a senadora Sinome Tebet depois de seu protagonismo na CPI da Pandemia, porém interlocutores acreditam que o partido retire a candidatura para apoiar outro candidato.
Completam a lista, o senador Alessandro Vieira do Cidadania, que anunciou sua candidatura em setembro aproveitando a esteira da CPI da Pandemia; Felipe d’Avila foi lançado pelo Novo depois de discussões interna entre ele e João Amoêdo; o deputado federal pelo Avante André Janone; e Cabo Daciolo, divulgado pelo Brasil 35 em outubro.
Por Wesley Diego, da Agência Cenarium