São Paulo

13 motivos para acabar com a violência nas escolas

Os colégios deveriam ser um espaço seguro para crianças aprenderem e crescerem. Mas para metade de todos os adolescentes no mundo, a situação é bem diferente. Milhões de meninos e meninas enfrentam violência, bullying e ameaças, dentro e fora da sala de aula. O problema pode ter consequências duradouras na saúde física e mental das vítimas.

Para conscientizar a população sobre as agressões nos ambientes de ensino, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) listou 13 razões pelas quais é urgente acabar com a violência nas escolas:

1. Um problema de proporções enormes

Em Honduras, Carlos Ricardo Chavez, de 15 anos, era uma criança agressiva, que se dizia "cega pela raiva". A escola resolveu dar uma segunda chance para o menino, que foi transferido para o turno da tarde. Mas na nova turma, Carlos acabou virando vítima de bullying, sendo espancado pelo menos uma vez por semana por seus colegas. Foto: UNICEF/Zehbrauskas

Em Honduras, Carlos Ricardo Chavez, de 15 anos, era uma criança agressiva, que se dizia “cega pela raiva”. A escola resolveu dar uma segunda chance para o menino, que foi transferido para o turno da tarde. Mas na nova turma, Carlos acabou virando vítima de bullying, sendo espancado pelo menos uma vez por semana por seus colegas. (UNICEF/Zehbrauskas)

Cerca de 150 milhões de estudantes, dos 13 aos 15 anos, relataram ter sofrido violência dos seus prórios colegas, dentro e fora da escola. Metade de todos os adolescentes do mundo já passaram por agressões em centros de ensino.

2. Leis que não protegem contra castigo

Em Villanueva, Honduras, o jovem de 16 anos, Darwin, lembra de seu colega Henry, que se suicidou em setembro de 2016. De acordo com um professor, os dois amigos sofriam bullying. Foto: UNICEF/Adriana Zehbrauskas

Em Villanueva, Honduras, o jovem de 16 anos, Darwin, lembra de seu colega Henry, que se suicidou em setembro de 2016. De acordo com um professor, os dois amigos sofriam bullying. (UNICEF/Zehbrauskas)

Quase 720 milhões de jovens em idade escolar vivem em países onde eles não estão completamente protegidos pela lei de castigos corporais nas escolas. Essas crianças correm risco de sofrer castigos físicos, de professores e outras figuras de autoridade.

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3. Bullying

Escola Branko Radicevic, em Mitrovica do Norte, no Kosovo, onde o UNICEF promove atividades de mediação de conflitos entre os jovens. Foto: UNICEF/Babajanyan VII Photo

Escola Branko Radicevic, em Mitrovica do Norte, no Kosovo, onde o UNICEF promove atividades de mediação de conflitos entre os jovens. (UNICEF/Babajanyan VII Photo)

Em nível global, um em cada três estudantes, com idade de 13 a 15 anos, já sofreu bullying. Segundo dados coletados pelo UNICEF, o problema é um dos tipos mais comuns de violência relatados nas escolas.

4. Grupos vulneráveis

Em Puerto Cortes, em Honduras, Jose Angel Lizama, de 14 anos, senta ao lado de sua mãe, Lourdes, em casa. O jovem tem autismo e sofreu bullying na escola desde os seus primeiros anos na educação formal. Foto: UNICEF/Zehbrauskas

Em Puerto Cortes, em Honduras, Jose Angel Lizama, de 14 anos, senta ao lado de sua mãe, Lourdes, em casa. O jovem tem autismo e sofreu bullying na escola desde os seus primeiros anos na educação formal. (UNICEF/Zehbrauskas)

Crianças que já são marginalizadas estão especialmente vulneráveis ao bullying. Entre os fatores que aumentam as chances de um jovem sofrer violência escolar, estão deficiência, pobreza extrema, etnia, orientação sexual ou identidade de gênero.

5. Agressores

Alunos participam de uma simulação de bullying na Escola Branko Radicevic, em Mitrovica do Norte, no Kosovo. A atividade é parte de um programa da ONG Domovik, para estimular a mediação de conflitos entre os estudantes e diminuir casos de violência. A instituição recebe apoio do UNICEF. Foto: UNICEF/Babajanyan VII Photo

Alunos participam de uma simulação de bullying na Escola Branko Radicevic, em Mitrovica do Norte, no Kosovo. A atividade é parte de um programa da ONG Domovik, para estimular a mediação de conflitos entre os estudantes e diminuir casos de violência. A instituição recebe apoio do UNICEF. (UNICEF/Babajanyan VII Photo)

Em 39 países da Europa e da América do Norte, 17 milhões de adolescentes admitiram praticar bullying contra seus colegas na escola.

6. Brigas

Na cidade de Puerto Cortés, em Honduras, Geraldine Matute, de 16 anos, conta que foi vítima repetidas vezes de bullying: "Eu nunca fui aceita pelos meus colegas, especialmente as meninas, por causa das minhas características físicas". Foto: UNICEF/Zehbrauskas

Na cidade de Puerto Cortés, em Honduras, Geraldine Matute, de 16 anos, conta que foi vítima repetidas vezes de bullying: “Eu nunca fui aceita pelos meus colegas, especialmente as meninas, por causa das minhas características físicas”. (UNICEF/Zehbrauskas)

Um em cada três estudantes, com idade de 13 a 15 anos, já se envolveu em brigas físicas nas escolas. Ataques físicos por colegas são mais comuns entre os meninos, enquanto as meninas têm mais chances de serem vítimas de formas psicológicas de bullying ou associadas às relações interpessoais.

7. Armas nas escolas

Em Minneapolis, nos Estados Unidos, adolescentes protestam contra a violência armada e pedem reformas nas leis que autorizam a compra e o uso de armas. Foto: Wikimedia (CC)/Fibonacci Blue

Em Minneapolis, nos Estados Unidos, adolescentes protestam contra a violência armada e pedem reformas nas leis que autorizam a compra e o uso de armas. (Wikimedia (CC)/Fibonacci Blue)

Nos últimos 27 anos, houve pelo menos 70 tiroteios fatais dentro de escolas.

8. Cyberbullying: da rede para a vida real

Jovem checa seu smartphone na Escola São Francisco de Assis, na cidade de Cebu, nas Filipinas. Foto: UNICEF/Estey

Jovem checa seu smartphone na Escola São Francisco de Assis, na cidade de Cebu, nas Filipinas. (UNICEF/Estey)

O bullying na internet, também conhecido como cyberbullying, permite aos agressores se esconder no anonimato, mas tem repercussões concretas. Vítimas de cyberbullying têm mais chances do que os outros alunos de usar álcool e drogas, matar aula, obter notas mais baixas e desenvolver uma baixa autoestima e problemas de saúde.

9. Violência em zonas de guerra

Na Ucrânia, Oleksandr, de 16 anos, é fotografado no antigo ginásio de sua escola em Troitske, na região de Luhansk, palco de um violento conflito armado. Foto: UNICEF/Samoilova

Na Ucrânia, Oleksandr, de 16 anos, é fotografado no antigo ginásio de sua escola em Troitske, na região de Luhansk, palco de um violento conflito armado. (UNICEF/Samoilova)

Estima-se que 158 milhões de crianças, com idade dos seis aos 17 anos, vivam em áreas afetadas por conflitos, onde as salas de aula são frequentemente espaços pouco seguros. Crianças em zonas de confronto armado são obrigadas a arriscar suas vidas para ter uma educação.

10. Violência que custa caro

Em Villanueva, Honduras, o jovem de 17 anos, Victor Fernando (à esquerda, no espelho), conta que sofre bullying por causa de sua orientação sexual: "Eu me sinto sozinho, fraco e vulnerável. Eles (os agressores) já tentaram me bater. Eles me provocam, mas eu não faço nada. Minhas notas caíram e eu perdi um ano na escola". Foto: UNICEF/Zehbrauskas

Em Villanueva, Honduras, o jovem de 17 anos, Victor Fernando (à esquerda, no espelho), conta que sofre bullying por causa de sua orientação sexual: “Eu me sinto sozinho, fraco e vulnerável. Eles (os agressores) já tentaram me bater. Eles me provocam, mas eu não faço nada. Minhas notas caíram e eu perdi um ano na escola”. (UNICEF/Zehbrauskas)

Em nível global, o custo da violência contra as crianças chega a 7 trilhões de dólares por ano. Essas despesas deslocam recursos e acabam reduzindo investimentos em saúde, desenvolvimento da primeira infância e educação.

11. Violência gera violência

Jovem no Centro Escolar Confederacion Suiza, na cidade de San Salvador, capital de El Salvador. Foto: UNICEF/Heger

Jovem no Centro Escolar Confederacion Suiza, na cidade de San Salvador, capital de El Salvador. (UNICEF/Heger)

Crianças que crescem em contextos violentos têm mais chances de reproduzir a violência quando se tornarem jovens adultos.

12. Consequências para a vida toda

Uma menina assiste a outras jovens jogarem vôlei na escola Muntinlupa, nas Filipinas. Foto: UNICEF/Estey

Uma menina assiste a outras jovens jogarem vôlei na escola Muntinlupa, nas Filipinas. (UNICEF/Estey)

Na primeira infância, o estresse associado à exposição repetida a episódios de violência pode interferir no desenvolvimento saudável do cérebro. Também pode levar a comportamentos antissociais, ao uso abusivo de substâncias, ao comportamento sexual de risco e à prática de atividades criminosas.

13. Um problema evitável

Jovens no Centro de Mediação de Pares da ONG Domovik, no Kosovo, onde aprendem a resolver conflitos e lidar com as diferenças sem recorrer à violência. A instituição recebe apoio do UNICEF. Foto: UNICEF/ Babajanyan VII Photo

Jovens no Centro de Mediação de Pares da ONG Domovik, no Kosovo, onde aprendem a resolver conflitos e lidar com as diferenças sem recorrer à violência. A instituição recebe apoio do UNICEF. (UNICEF/Babajanyan VII Photo)

A violência nas escolas pode ser prevenida. Estudantes de todas as partes do mundo estão se manifestando para pedir a segurança e a educação que eles merecem. É hora de seguir os passos desses jovens. Não deixe a violência ser uma aula cotidiana.

*com informações da ONU Brasil

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