Biden bate meta de vacinar 100 milhões em 100 dias de governo
Os Estados Unidos atingiram nesta sexta-feira (19/03) a meta do presidente Joe Biden de superar a marca de 100 milhões de pessoas vacinadas contra a covid-19 em seus primeiros 100 dias de governo. A cifra foi alcançada mais de um mês antes do previsto, no 58º dia de mandato do presidente.
Com o país agora administrando cerca de 2,5 milhões de doses por dia, Biden prometeu estabelecer uma nova meta na próxima semana, que pode chegar a 200 milhões de doses até seu centésimo dia no cargo. “Podemos conseguir dobrar [a meta]”, disse ele a repórteres antes de deixar a Casa Branca.
A meta de 100 milhões de doses foi anunciada em 8 de dezembro, antes do início da vacinação nos EUA. Quando Biden tomou posse, em 20 de janeiro, 20 milhões de doses haviam sido aplicadas.
Até agora, os EUA distribuíram 34,6 doses de vacinas contra a covid-19 para cada 100 pessoas, de acordo com números do site Our World in Data, da Universidade de Oxford. Em comparação, na União Europeia esse número é de 12,29 doses, e no Brasil, de 6,12.
Mesmo diante do sucesso da campanha de vacinação, Biden disse na quinta-feira que “não é momento de relaxar” e pediu que os americanos continuem seguindo as regras de distanciamento social e uso de máscara. “Os cientistas deixaram claro que as coisas podem piorar à medida que novas variantes desse vírus se espalham”, afirmou.
Envio de vacinas a outros países
Enquanto a vacinação avança rapidamente no país, a Casa Branca disse que pretende enviar vacinas a países vizinhos. O coordenador das ações contra o coronavírus, Jeff Zients, afirmou nesta sexta-feira que 2,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford devem ser enviadas ao México e 1,5 milhão, ao Canadá. Ele enfatizou que, como a vacina da AstraZeneca ainda não foi autorizada para uso nos EUA, “o empréstimo não reduzirá o fornecimento de vacina aos americanos”.
No dia anterior, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, já havia afirmado que a prioridade é vacinar a população dos EUA, mas observou que garantir que os países vizinhos também possam conter o coronavírus é uma “missão crítica” para acabar com a pandemia.
A vacina da AstraZeneca é aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e já está sendo aplicada na União Europeia, no Brasil e em outros países. Mesmo sem a aprovação nos EUA, milhões de doses estão armazenadas no país, aguardando a liberação para uso.
O estoque – de 7 milhões de doses prontas para uso, segundo a Casa Branca – virou motivo de críticas da comunidade internacional, que argumenta que essas vacinas poderiam estar salvando vidas. Assim, o governo Biden passou a receber apelos de aliados em todo o mundo para liberar as vacinas da AstraZeneca.
No começo do mês, o jornal Financial Times informou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu a Washington que considerasse o envio de doses para a Europa em meio a uma discussão com a AstraZeneca. A gigante farmacêutica anglo-sueca disse que fornecerá menos da metade do número planejado de vacinas à UE no segundo trimestre deste ano.
Aliado inesperado
Na terça-feira, a campanha de vacinação americana ganhou um aliado inesperado. Em entrevista em rede nacional, o ex-presidente Donald Trump recomendou que os americanos ainda relutantes, sobretudo seus apoiadores, se vacinem contra a covid-19. A declaração marcou uma guinada na postura do ex-presidente, que sempre foi relutante em endossar a vacina de forma mais incisiva em público. Trump e sua esposa, Melania, foram vacinados em segredo em janeiro.
“É uma vacina segura, e é algo que funciona”, disse Trump ao canal Fox News.
Os Estados Unidos são o país com mais casos e mortes por covid-19 no mundo. No total, mais de 29,7 milhões de pessoas contraíram o coronavírus nos EUA e mais de 540 mil morreram em razão da doença.
Por Deutsche Welle
le/ek (AP, AFP, DPA, Reuters)