Haddad promete queda dos juros do cartão de crédito rotativo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (2) que os juros do cartão de crédito rotativo vão cair, mas que as taxas devem permanecer altas até que o governo chegue a um consenso com os bancos e a um “sistema mais saudável”.

“Vai cair. Quando eu falo gradualmente, não é que vai cair de 430% para 420%. Vai cair muito, mas, mesmo caindo muito, vai continuar alto por um tempo até a gente cumprir uma transição. O que vamos contratar no sistema bancário é uma transição para um sistema que seja mais saudável do que esse.”

Em entrevista a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro, Haddad destacou o “freio de arrumação” dado pelo governo na economia neste primeiro semestre – incluindo a redução da inflação, o que abre espaço, segundo ele, para a queda dos juros.

“Está todo mundo trabalhando na mesma direção, para arrumar a casa. Ao arrumar a casa e tendo esses benefícios – queda da inflação, queda do dólar –, tudo isso aponta numa direção técnica de um corte mais consistente. Hoje, o mercado está pendendo mais para 0,5 do que para qualquer outro número”, completou Haddad.

Já sobre o Desenrola, programa de renegociação de dívidas, o ministro fez um balanço: quase R$ 3 bilhões em dívidas renegociadas até agora. O montante, segundo ele, pode chegar a R$ 50 bilhões até o fim do ano. Em setembro, o programa entra na fase de renegociação de dívidas de serviços, lojas e contas básicas, como água e luz.

O que é o crédito rotativo? O crédito rotativo é uma modalidade de empréstimo oferecida pelo banco ou pela instituição financeira ao cliente que não consegue pagar o valor total da fatura do cartão de crédito no vencimento. Nesse caso, o cliente pode pagar apenas uma parte da fatura (o chamado pagamento mínimo) e financiar o restante para o mês seguinte com juros.

O crédito rotativo é considerado uma das formas mais caras de crédito no Brasil. Segundo o Banco Central, em setembro de 2021, a taxa média de juros do rotativo era de 335,8% ao ano. Isso significa que uma dívida de R$ 1 mil no rotativo pode se transformar em R$ 4.358 em um ano.

Quais são as regras do crédito rotativo? Desde abril de 2017, o Banco Central estabeleceu novas regras para o uso do crédito rotativo. Antes dessa mudança, os clientes podiam usar o crédito rotativo por tempo indeterminado e acumular dívidas cada vez maiores com os juros altos.

Agora, os clientes só podem usar o crédito rotativo por até 30 dias. Se no mês seguinte eles não conseguirem pagar o valor total da fatura que inclui o saldo do rotativo, a instituição financeira deve oferecer uma alternativa mais barata para parcelar essa dívida, como o crédito parcelado ou outras modalidades de empréstimo pessoal.

Como evitar o crédito rotativo? A melhor forma de evitar o crédito rotativo é pagar sempre o valor total da fatura do cartão de crédito no vencimento. Assim, você evita pagar juros desnecessários e mantém seu orçamento sob controle.

Se você não conseguir pagar a fatura inteira em algum mês, procure negociar com a instituição financeira uma forma de parcelar a dívida com juros menores do que os do rotativo. Além disso, evite fazer novas compras no cartão até quitar sua dívida.

Outra dica é planejar seus gastos com o cartão de crédito e não ultrapassar o limite do seu orçamento. Você pode usar aplicativos de controle financeiro ou planilhas para acompanhar suas despesas e receitas. Também é importante ter uma reserva de emergência para imprevistos que possam comprometer sua renda.