Lula critica Netanyahu e Biden e chama conflito entre Israel e Hamas de genocídio
Em entrevista à Al Jazeera, o presidente brasileiro defendeu a criação de um Estado palestino e condenou o veto americano a uma resolução da ONU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por suas posturas em relação ao conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Em entrevista ao canal de TV do Catar Al Jazeera, transmitida na noite de sexta-feira (1º), Lula afirmou que Netanyahu é “uma pessoa extremista, de extrema direita, e com sensibilidade baixa para os problemas do povo palestino”. O brasileiro também voltou a chamar o confronto de “genocídio” e disse que a comunidade internacional deveria intervir para proteger os civis.
Lula defendeu a criação de um Estado palestino, com capital em Jerusalém Oriental, e disse que o Brasil reconheceu a Palestina como país em 2010, quando ele era presidente. Ele também criticou a decisão de Biden de transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo o exemplo de seu antecessor, Donald Trump.
O líder brasileiro disse que esperava mais de Biden, que foi seu colega no G20, e que ele não teve “sensibilidade de falar para acabar com essa guerra”. Lula também condenou o veto americano a uma resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU para criar um cessar-fogo entre Israel e Hamas.
A entrevista de Lula à Al Jazeera repercutiu na imprensa internacional e nas redes sociais, gerando elogios e críticas. Alguns apoiaram a posição do presidente brasileiro, enquanto outros o acusaram de ser anti-israelense e pró-terrorista.