Covid-19

Mutação da variante ômicron é mais contagiosa

Já é conhecido que a primeira variante ômicron, a BA.1, é significativamente mais contagiosa que as cepas anteriores do coronavírus. Agora chega o subtipo BA.2. Pelo menos 400 indivíduos foram infectados com ele no Reino Unido nos primeiros dez dias de janeiro, e já foi detectado em mais de 40 países em todo o mundo.

O diretório Pango de coronavírus lista a Dinamarca como a área mais afetada, com 79% dos casos detectados até agora. Só então seguem a Reino Unido (6%), Índia (5%), Suécia (2%) e Cingapura (2%). No entanto, nota-se que a detecção do subtipo depende da capacidade de cada sistema de saúde de sequenciar os testes de PCR.

Dúvidas sobre perigo da ômicron BA.2

Imagem ilustra o vírus em formato circular, sendo um maior no meio da tela e outros menores no fundo. De um lado a outro da montagem há um desenho que simula o dna humano.
(Pete Linforth/Pixabay)

A rápida disseminação do novo subtipo sugere que ele pode ser ainda mais contagioso do que a primeira variante ômicron. A autoridade de saúde britânica UK Health Security Agency (UKHSA) classificou a BA.2 como uma “variante sob observação”.

“É da natureza dos vírus eles se multiplicarem e sofrerem mutações ao fazê-lo”, diz Meera Chand, diretora na UKHSA. “Nesse sentido, pode-se esperar que continuemos vendo novas variantes enquanto a pandemia continuar”. Ela acrescenta que, como as autoridades de saúde estão sempre examinando aleatoriamente o genoma dos vírus, é possível identificá-los rapidamente e avaliar se as mutações são perigosas.

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Para o subtipo BA.2, no entanto, esta análise está em andamento. “Ainda não há evidências suficientes para dizer que BA.2 causa progressão da doença mais grave do que a BA.1”, informa Chand.

Vacinação continua importante

O ministro da Saúde britânico, Sajid Javid, acrescenta que o surgimento da nova variante mostra como a vacinação ainda é importante. “Encorajo [todos] a se protegerem a si e aos mais próximos e a tomarem uma dose de reforço agora.”

O epidemiologista francês Antoine Flahault disse à agência de notícias francesa AFP: “O que nos surpreendeu é a velocidade com que essa subvariante, que circula amplamente na Ásia, se espalhou na Dinamarca”.

No entanto, as infecções com o subtipo BA.2 até agora não foram mais graves do que as com o subtipo BA.1. O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, também disse à agência de notícias AFP que está tranquilo com relação à nova variante: “O que sabemos no momento é que BA.2 corresponde mais ou menos às propriedades que conhecemos da ômicron.”

Recombinação de delta com ômicron?

O virologista alemão Christian Drosten, do Hospital Universitário Charité, de Berlim, enfatizou à emissora de rádio Deutschlandfunk que a combinação de uma das duas variantes da ômicron com a delta também poderia fazer surgir um vírus mais perigoso. A ômicron tem certas mutações na proteína de superfície, a spike, com que consegue contornar mais facilmente o sistema imunológico humano.

Ele alerta que essa propriedade pode se tornar particularmente perigosa através de uma recombinação que “tenha a proteína spike do vírus ômicron, para continuar a desfrutar dessa vantagem imunológica, mas possua o restante do genoma do vírus delta”. Dessa forma, as características mais fortes de ambas as variantes poderiam se unir. “Algo assim já existe, já foi descrito, no momento podemos temer que volte a acontecer.”

Recentemente, um pesquisador em Chipre relatou sobre uma nova variante do coronavírus que poderia ser uma recombinação de ambas as variantes. No entanto, a descoberta da “deltacron” também pode ter sido um erro de medição.

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