Polícia

Inquérito vai investigar crime de genocídio contra povo Yanomami

A Polícia Federal (PF) anunciou nesta quarta-feira, 25, a abertura de inquérito para investigar crime de genocídio, omissão de socorro e desvio de recursos na crise humanitária do povo Yanomami. A decisão acontece após determinação do ministro da Justiça, Flávio Dino, no sábado, 21.

Após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros na Casa de Saúde Yanomami, em Roraima (RR), Dino afirmou haver “indícios fortíssimos” de crime de genocídio contra os indígenas e as comunidades Yanomami.

(PF/Reprodução)

A investigação será conduzida pela superintendência da Polícia Federal de Roraima, na supervisão do delegado Andrei Rodrigues, que recebeu um ofício do ministro da Justiça pedindo que “ex-ministros e ex-presidentes de órgãos, como Funai, ex-dirigentes da Saúde Indígena e agentes públicos de alto escalão que estimularam o garimpo ilegal na Amazônia”, sejam investigados.

O ministro também lembrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi a Roraima, em outubro de 2021, visitar um local de garimpo irregular.

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“Mortes por desnutrição ou por doenças tratáveis, pouco ou nenhum acesso aos serviços de saúde, medidas insuficientes para a proteção dos Yanomami, além do desvio na compra de medicamentos e de vacinas destinadas à proteção desse povo contra a Covid-19, conduzem a um cenário de possível desmonte intencional contra os indígenas ou genocídio“, diz o ofício remetido à Polícia Federal.

Além da investigação sobre o genocídio Yanomami, a PF de Roraima planeja uma megaoperação para articular a expulsão de garimpeiros ilegais da terra indígena. Lideranças do povo Yanomami e estudos apontam que o garimpo ilegal é o principal responsável pela falta de assistência médica, pela epidemia de desnutrição e pelas doenças que acometeram a comunidade.

Na última sexta-feira, 20, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no Território Yanomami. No sábado, 21, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi até Roraima com a comitiva de ministros para acompanhar a situação.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos, 570 crianças indígenas morreram no local nos últimos quatro anos por causas evitáveis. Equipes da Força Nacional do SUS foram enviadas ao local para atender os indígenas emergencialmente.

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