Polícia

PM mata ao menos dez pessoas após morte de policial da Rota

A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo informou que uma intervenção policial no Guarujá iniciada na sexta-feira (29/07) resultou em pelo menos dez mortes.

As mortes ocorreram durante uma megaoperação da Polícia Militar em reação ao assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota, uma força de elite da PM paulista, na cidade do litoral paulista.

O ouvidor Claudio Aparecido da Silva citou relatos de testemunhas que afirmam que os policiais torturaram e mataram um homem e ameaçaram de morte outras 60 pessoas nas comunidades.

Um dos suspeitos da morte do policial, Erickson David da Silva, foi preso neste domingo. O homem de 28 anos teria sido o autor dos disparos que mataram o agente da Rota. Segundo informações, ele atuava como atirador “atirador” dos traficantes locais.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou em postagem nas redes sociais no domingo que o suspeito havia sido capturado e que três envolvidos na morte do PM já estavam presos. “A justiça será feita. Nenhum ataque aos nossos aguardando impunes”, declarou.

Baleado durante uma patrulha

Na noite de quinta-feira, o soldado Patrick Bastos Reis patrulhava uma área próxima à comunidade da Vila Zilda quando foi atingido a tiros no tórax. O disparo teria sido feito a uma distância de mais de 50 metros.

Ele foi levado pra um pronto-socorro na região, mas não resistiu. Outro policial foi baleado na mão esquerda e encaminhado para um hospital.

Segundo a Ouvidoria, os policiais mataram ao menos dez pessoas durante a chamada Operação Escudo no Guarujá, sendo que o número de mortos pode ser ainda maior. O ouvidor afirmou à emissora Globonews que informações dão conta de que outras duas mortes ocorreram, o que ainda está sendo verificado.

Morador morto com nove tiros

O vendedor ambulante Felipe Vieira Nunes, de 30 anos, teria sido morto no primeiro dia da operação com nove tiros. Sua família o teria encontrado com um corte no braço, queimaduras de cigarro e um ferimento na cabeça.

Moradores nas proximidades foram ouvidos gritos durante a prática de tortura e gritos de Nunes pedindo para não morrer. As testemunhas afirmam ter visto o corpo do vendedor ser tocado no porta-malas de uma viatura da PM.

Nunes havia informado a família que sairia de casa, em razão de um claro aviso da polícia à comunidade de pessoas que com passagem na polícia ou com tatuagem seriam mortos. O vendedor já havia sido detido por roubo, mas segundo três pessoas ouvidas pelo jornal Folha de S. Paulo , ele havia abandonado as atividades criminosas.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirma que o momento não foi constatado até  abuso policial  e assegurou que todas as denúncias serão investigadas.

Silva disse que a Ouvidoria pedirá as imagens das câmaras corporais que os suspeitos presumiram ter utilizado na operação para averiguar se houve alguma ação ilegal por parte dos agentes.

A Operação Escudo está programada para durar um mês e envolve prisioneiros dos 15 batalhões de operações especiais do Estado. Ao todo, são cerca de 3 mil PMs e pelotões de Choque e do efetivo local.

rc/bl (ots)

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