São Paulo tem mais 325 mortes em 24 horas
Nas últimas 24 horas, o estado de São Paulo contabilizou mais 325 novos óbitos provocados pelo novo coronavírus, somando agora 11.846 mortes desde o início da pandemia. Desde terça-feira (16), o estado vem ultrapassando a marca de mais de 300 mortes por coronavírus a cada dia. Ontem (17), o estado bateu recorde diário de óbitos – 389 – em apenas 24 horas.
Apesar disso, o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo considera que o número de mortes no estado está dentro da média semanal, estimada em 250 por dia.
“Nesses últimos cinco dias, tivemos dois dias bem baixos, relativos a domingo e segunda. E, na terça-feira, olhamos o número de segunda-feira, que foi recorde. Na quarta, batemos mais um recorde. Hoje, olhando os números do dia anterior, voltaram a baixar. Se pegarmos esses cinco dias e dividirmos por cinco, dá uma média de 250 óbitos por dia, o que está no limite inferior da projeção. Se isso continuar assim, provavelmente na semana que vem o gráfico vai vir com projeção mais baixa ainda, porque o gráfico reflete inclinação da curva das semanas anteriores e a curva vem consistentemente baixando. São dados alarmantes, mas felizmente estamos salvando mais vidas do que nas semanas anteriores”, disse Carlos Carvalho, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
O estado também registrou 1.111 novos casos confirmados do novo coronavírus nas últimas 24 horas, número bem abaixo do que verificado diariamente.
Segundo o secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, isso se deve a um problema no e-SUS (Sistema Único de Saúde), plataforma de contabilização do Ministério da Saúde. O problema, segundo ele, vem ocorrendo desde ontem (17).
“Houve um crescimento muito pequeno de um dia para o outro. Isso significa que estamos com um problema no e-SUS, que é o sistema nacional que faz toda essa parte do levantamento ambulatorial e de casos menos graves, que são colocados no sistema”, explicou o secretário.
“Esperamos que isso seja uma instabilidade do sistema porque nós dependemos muito desses números, não só para a questão da informação ao público, que é fundamental, mas também para o uso desses dados para o Plano São Paulo [plano estadual de retomada econômica]”, acrescentou.
O problema, de acordo com o governo paulista, não afetou o balanço de internações e de óbitos no estado. “A falha no e-SUS nos deixa a informação de casos [confirmados] limitada porque essa é a fonte principal [de informações]. Essa fonte nos traz todos os casos confirmados, inclusive os que não necessitaram de internação. Os que necessitaram internação nós conseguimos ter acesso pelas nossas próprias bases: o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e o Censo-Covid. Com relação a internações, óbitos, ocupação de leitos e leitos-covid-19, temos acesso a informações por outras bases. Mas de casos, temos esse desafio que precisa ser solucionado rapidamente”, explicou Patricia Ellen, secretária estadual de Desenvolvimento Econômico.
Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde ainda não esclareceu qual problema está ocorrendo com o e-SUS.
Com isso, o estado de São Paulo soma, até este momento, 192.628 casos confirmados do novo coronavírus, com 35.419 pessoas curadas após receberem alta médica.
Há 5.421 pacientes internados em leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) de todo o estado com casos suspeitos ou confirmados de coronavírus, além de 8.620 pessoas internadas em enfermarias. A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) está em 67% no estado e em 71,3% na Grande São Paulo.
Testes
Até terça-feira (16), o estado havia feito cerca de 187 mil testes de coronavírus, sendo que 36,5 mil deles eram sorológicos e 150,5 mil, de RT-PCR.
Os testes por meio sorológico são conhecidos como testes rápidos e identificam anticorpos e casos passados, ou seja, a população que já teve contato com o vírus. Já o RT-PCR avalia o material genético do vírus e é feito em casos ativos.
A taxa de isolamento social no estado ontem (17) foi de 46%, enquanto na capital atingiu 47%.
O governo paulista considera como taxa mínima satisfatória de isolamento o valor de 55%, que ajudaria a diminuir a propagação do vírus e evitar um colapso no sistema de saúde.
Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil