São Paulo

Satélites vão ajudar Santos a monitorar riscos de deslizamentos

Município é o primeiro do Brasil a contar com tecnologia

A cidade de Santos vai usar imagens de satélite, em alta resolução, para monitorar eventos climáticos que possam gerar impacto no município. Os dados gerados a partir do espaço serão analisados por softwares, por meio de Inteligência Artificial.

O acesso à tecnologia foi garantido após convênio assinado nesta semana entre a Prefeitura de Santos e a empresa Quasar Space. Segundo nota divulgada pela Prefeitura, não haverá custos ao Município.

“As mudanças climáticas são uma realidade no mundo todo e as cidades precisam estar preparadas para identificar, prevenir e solucionar problemas prontamente”, disse Rogério Santos, prefeito, em nota.

(Isabela Carrari/Pref. de Santos)

Os dados de satélites serão analisados a partir de 16 parâmetros. A nota destaca que o conteúdo permite prever “riscos de deslizamento de encostas, tais como susceptibilidade do solo, densidade populacional e nível de encharcamento do terreno”.

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As imagens dos satélites serão geradas a cada 30 minutos, “com uma resolução de 10 metros, captadas a partir de milhares de satélites em órbita do Planeta, permitindo, por exemplo, criar um ranking das áreas mais críticas, otimizando as ações de prevenção e enfrentamento”, destaca.

“A tecnologia é uma grande aliada nesta ação e os avanços disponíveis em monitoramento são muito bem-vindos para auxiliar nos trabalhos que já desenvolvemos”, finaliza o prefeito. Segundo ele, Santos é a primeira cidade a contar com essa tecnologia.

Mapas de risco

No ano passado, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) alertou para a falta de atualização de mapas de risco em 12 municípios do litoral paulista. Entre as cidades, Santos estava com o Mapa de Riscos desatualizado desde 2012.

À época, os casos mais graves, segundo dados obtidos junto a Defesa Civil do Estado, eram Ubatuba e Ilhabela, que haviam realizado o levantamento em 2006. Nos dois casos, os municípios haviam realizado, em 2014, uma Carta de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações.

“Esta carta é um levantamento importante, porém mais superficial, que não identifica potenciais vítimas, o que compromete um plano mais eficiente de resposta por parte do poder público”, explicou Patricia Bianca Clissa, representante da APqC. 

Além de Ubatuba e Ilhabela, a cidade de Guarujá não atualizava o Mapa de Riscos desde 2007. Caraguatatuba aparecia na sequência, com documento criado em 2010. Itanhaém e Peruíbe possuíam documento datado de 2013. Bertioga e São Sebastião se orientavam por Mapas de Riscos de 2014.  

No caso de São Sebastião, a Carta de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações havia sido realizada em 2017. No ano seguinte, foi criado um Plano Municipal de Redução de Riscos. 

Cubatão (2018) e Praia Grande (2019) apareciam na sequência. As três cidades com o Mapa de Riscos mais recente eram Iguape, Cananéia e Ilha Comprida, que realizaram em 2020. 

O que é o Mapa de risco?

O mapa é um documento que reúne informações sobre áreas com potencial de deslizamento, identificadas por geólogos após análise de solo. Ele deve conter ainda o levantamento de pessoas potencialmente impactadas em caso de acidentes e seus endereços. 

 

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