Vila Olímpica em Tóquio registra primeiro caso de covid-19
A menos de uma semana da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi confirmado neste sábado (17/07) o primeiro caso de covid-19 na Vila Olímpica, colocando em xeque a segurança do evento.
O chefe-executivo do comitê organizador, Toshiru Muto, não informou a nacionalidade da pessoa que testou positivo e nem se ela havia sido vacinada. As únicas informações divulgadas foram que se trata de um não-residente no Japão e que a pessoa infectada não é um atleta. Ela ficará em quarentena por 14 dias.
O caso é especialmente preocupante porque a maioria dos 11 mil competidores ficará hospedada na Vila Olímpica, uma área de 44 hectares. No entanto, de acordo com Muto, todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para prevenir a propagação do coronavírus, de forma que todos no local se sintam seguros.
Dúvidas sobre segurança dos jogos
Também foram confirmados neste sábado outros 14 casos de coronavírus em pessoas ligadas aos Jogos, levantando novas dúvidas sobre as promessas de um evento “seguro e protegido”. Entre os infectados, estão dois membros da imprensa, sete contratados para auxiliar nos jogos e cinco funcionários.
A maioria da população japonesa é contra a realização do evento em meio à pandemia. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, reconheceu as preocupações dos japoneses, mas pediu-lhes que dessem as boas-vindas aos atletas.
“Estamos bem cientes do ceticismo de várias pessoas aqui no Japão. Pedimos e convidamos o povo japonês, humildemente, a receber e apoiar os atletas de todo o mundo”, disse Bach em entrevista coletiva.
Bach confia no bom desempenho dos atletas japoneses para melhorar os ânimos do público, que beira a agressividade.
População teme evento “superpropagador”
Com o objetivo original de mostrar a recuperação do Japão após o terremoto e desastre nuclear de Fukushima em 2011, as Olimpíadas de Tóquio se tornam, cada vez mais, um desafio.
Adiado por um ano devido à pandemia, o evento será realizado sem espectadorese sob rígidas regras de higiene e quarentena. A maioria dos atletas está começando a chegar para o evento, que ocorre de 23 de julho a 8 de agosto.
A população japonesa teme que os Jogos, com a participação de pessoas de todo o mundo, possam se tornar um “superpropagador” de coronavírus, sobrecarregando o já lotado sistema de saúde japonês. Apenas cerca de 20% da população do Japão está totalmente vacinada contra a covid-19.
Embora o Japão tenha registrado muito menos casos que outras nações, contabiliza mais de 820 mil infecções por covid-19 e cerca de 15.000 mortes em razão da doença. O número de novos casos diários na cidade-sede de Tóquio, que está em seu quarto estado de emergência por causa do vírus, supera os 1.000 há quatro dias consecutivos.
Até o momento, mais de 40 pessoas envolvidas nos Jogos, incluindo japoneses e estrangeiros, testaram positivo para o coronavírus.
Os 49 membros da equipe brasileira de judô estão em quarentena depois que foram descobertos oito casos de covid-19 entre os funcionários de um hotel em que estavam hospedados em Hamamatsu, no sudoeste de Tóquio. Nenhum dos judocas testou positivo.
Por Deutsche Welle
le (dpa, ap, reuters)