São Paulo

25 mil passageiros deixarão de embarcar em cruzeiros no litoral de SP durante suspensão

Cerca de 25 mil passageiros deixarão de embarcar em cruzeiros no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, durante a suspensão da temporada. A medida foi tomada após casos de Covid-19 a bordo das embarcações. A previsão de retomada é a partir de 21 de janeiro, mas ainda não há definição sobre o assunto. A temporada movimentaria R$ 1,7 bilhão e geraria 24 mil empregos ao longo de toda a sua duração, segundo dados da Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia).

Durante o período de suspensão dos cruzeiros, estavam previstas para acontecer 12 escalas no cais santista. Elas seriam realizadas por quatro dos cinco cruzeiros que compõem a temporada brasileira, segundo informou o Terminal Marítimo de Passageiros (Concais).

O impacto financeiro causado pela suspensão atingirá todas as empresas e profissionais ligados aos navios. O terminal, no entanto, não informou qual será o prejuízo pelas viagens suspensas.

No entanto, o terminal revelou que contratou 280 funcionários para trabalhar exclusivamente durante a temporada de cruzeiros, mais outros 90 funcionários terceirizados que atuavam por dia de embarque.

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Segundo o Concais, a estrutura do terminal deve ser mantida durante o período de suspensão da temporada. A expectativa é de receber os “turistas que embarcariam nesse período, uma vez que os passageiros têm a oportunidade da remarcação das viagens”, disse o Concais, em nota.

R$ 1,7 bilhão por temporada, diz Clia

Um estudo da Clia Brasil, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, estima que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira. No total, seriam gerados R$ 1,7 bilhão ao setor nesta temporada.

A cada 13 cruzeiristas, em média um emprego é gerado, em uma cadeia extensa de diversos setores da economia, como comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis, por exemplo, em todos os portos envolvidos na temporada.

De acordo com a Associação dos Profissionais de Turismo, todos os profissionais de turismo estão empenhados e prontos para apoiar e colaborar com a correta orientação e divulgação de todos os protocolos junto aos turistas.

“Conhecemos a capacidade de superação de nossa indústria, e estamos convictos de que, em breve, todos os procedimentos que serão adotados na temporada brasileira servirão de modelo para a retomada do segmento de cruzeiros marítimos em outros países do mundo”, disse a associação, em nota.

Suspensão
A temporada de cruzeiros foi suspensa voluntariamente pela Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros na segunda-feira (3), após casos de Covid serem confirmados a bordo e dois navios entrarem em quarentena.

A pausa servirá para que a associação trabalhe para encontrar um alinhamento com o Governo Federal e autoridades locais na interpretação e aplicação de protocolos operacionais de saúde e segurança. A previsão é que a temporada retorne em 21 de janeiro.

Procon tenta reunião com empresas de cruzeiros para garantir direitos de quem teve viagem cancelada

Dias antes, a Anvisa já havia divulgado uma recomendação pelo imediato cancelamento das viagens de cruzeiro nesta temporada, alegando “urgência” e apontando “risco à saúde pública”. O Ministério da Saúde, por sua vez, divulgou que avaliaria as medidas cabíveis.

Em um posicionamento na quarta-feira (5), o Ministério do Turismo informou que permanece participando de reuniões no âmbito do governo federal com municípios, estados e empresas para juntos reavaliarem a possibilidade do retorno das atividades no menor tempo possível.

“Cabe registrar que qualquer decisão será tomada por parte das autoridades sanitárias competentes à luz de critérios técnicos condizentes com o cenário epidemiológico do país e amparados em práticas já seguidas em outras partes do mundo para que, desta forma, possamos garantir segurança de turistas e tripulação desta que é uma atividade extremamente importante para o turismo e a economia do país”, disse o Ministério do Turismo, em nota.

Situação dos navios

Segundo a Anvisa, há atualmente cinco navios de cruzeiros operando em águas brasileiras. As informações foram atualizadas na quinta-feira (6) pelo órgão.

O Costa Diadema teve a operação interrompida no dia 30 de dezembro, e está classificado no cenário epidemiológico 4. A embarcação chegou ao Porto de Santos para o desembarque de passageiros e tripulantes a bordo. A companhia marítima Costa Cruzeiros anunciou o cancelamento das próximas duas saídas do navio, que entrou em quarentena e permanece em Santos. Dentre os tripulantes, há 204 casos positivos de Covid-19.

O navio MSC Preziosa atracou na manhã de domingo no Porto do Rio de Janeiro, quando 28 pessoas desembarcaram para cumprir dez dias de isolamento. A embarcação está no nível 3 do cenário epidemiológico. Após o desembarque, ele seguiu para Maceió, Salvador e, quando estava em Ilhéus, o transatlântico antecipou o retorno para o Rio por conta da suspensão da temporada. O desembarque dos passageiros aconteceu nesta quarta-feira (5), no Rio de Janeiro.

A embarcação reporta oito casos de Covid-19 entre os passageiros, e os registros entre os tripulantes somam atualmente 75 casos. O navio está no nível 3 do cenário epidemiológico.

O Costa Fascinosa também não realizará novos embarques. O navio está no nível 3 do cenário epidemiológico. Nesta quinta-feira, ele chegou no Rio de Janeiro para o desembarque dos passageiros. A embarcação reportou 21 casos entre os passageiros e 12 positivados na tripulação, já desembarcados.

Já o MSC Splendida está em quarentena no Porto de Santos após a suspensão da temporada. No domingo (2), passageiros que aguardavam para entrar no navio foram informados que a embarcação não seguiria viagem, após aguardarem no terminal de embarque durante todo o dia. A Anvisa informou que a embarcação já havia sido notificada no sábado (1º) sobre o impedimento do embarque por conta do surto de Covid-19 a bordo.

O MSC Splendida já havia tido sua operação interrompida no último dia 30, com passageiros isolados em suas cabines. O cenário epidemiológico do navio foi alterado para nível 4 no domingo. Dentre os tripulantes, há 127 casos positivos de Covid-19.

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