Política

Carreatas pedem a saída de Bolsonaro

Carreata em São Paulo (Guilherme Gandolfi/Fotos Públicas)

Milhares de pessoas participaram neste sábado (23/01) em carretas por várias cidades do Brasil para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Convocados por partidos e organizações de esquerda, cerca de 500 veículos percorreram a Esplanada dos Ministérios e outras avenidas de Brasília. Vários carros estavam pintados com frases como “Fora Bolsonaro”, “Impeachment Já!” e “Vacina para todos”, em meio a um grande estrondo de buzinas.

Os manifestantes acusaram o presidente de má gestão da pandemia e do plano de vacinação, e também denunciaram o fim da ajuda emergencial com a qual dezenas de milhões de brasileiros contaram para enfrentar os efeitos devastadores da pandemia de abril até o final de dezembro. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), esteve à frente do protesto em Brasília.

Protestos semelhantes também ocorreram em outras cidades do país, incluindo Rio de Janeiro, Recife, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo.

Os protestos continuarão no domingo nas principais cidades, desta vez organizados por entidades da direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Para Rua, que apoiaram o presidente na sua chegada ao poder em janeiro de 2019, mas que mais tarde se desassociaram por causa de sua gestão. Um racha enrte as organizações de esquerda e direita fez com que os protestos ocorressem de maneira separada neste fim de semana.

Ao longo de 11 meses de pandemia no Brasil, Bolsonaro minimizou repetidamente a gravidade do coronavírus. Recentemente, o presidente de extrema direita passou a alimentar desconfiança infundada sobre as vacinas, preferindo continuar a apostar em medidas ineficazes como o desacreditado “tratamento precoce” com hidroxicloroquina. Bolsonaro também repetiu várias vezes nos últimos meses sem nenhuma base científica que a pandemia estava chegando ao fim, além de criticar o uso de máscaras e sabotar medidas de isolamento social.

Seu governo também vem sendo alvo de duras críticas por causa da inabilidade em garantir vacinas para a população. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a afirmar em dezembro que o governo contaria em janeiro com 15 milhões de vacinas da AstraZeneca, mas o governo só assegurou uma carga de 2 milhões de doses, importadas da Índia numa operação caótica. A produção local desse imunizante também está atrasada, e só deve começar em março.

No momento, o país só conta com estoques significativos de Coronavac, a vacina chinesa promovida pelo governo de São Paulo, que foi alvo de ataques de Bolsonaro nos últimos meses. 

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta semana revelou uma queda acentuada na aprovação do presidente. O presidente é avaliado como ruim ou péssimo por 40% da população, contra 32% em levantamento divulgado em dezembro.

Por Deutsche Welle

JPS/lusa/ots

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