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Explosões em pontos de ônibus deixam um morto em Jerusalém

Ao menos 14 ficam feridos. Autoridades de Israel suspeitam se tratar de atentados palestinos. Último ataque a bomba contra civis israelenses ocorreu em 2016.Duas explosões perto de pontos de ônibus em Jerusalém causaram uma morte e feriram ao menos 14 pessoas nesta quarta-feira (23/11). A polícia local comunicou ter a suspeita de se tratar de ataques palestinos.

A primeira explosão ocorreu perto de um ponto de ônibus na periferia da cidade, num local onde passageiros costumam se aglomerar. A segunda explosão ocorreu em Ramot, um assentamento no norte de Jerusalém.

A polícia divulgou que uma pessoa não sobreviveu aos ferimentos. O serviço de resgate de Israel relatou que outras quatro ficaram gravemente feridas.

Os supostos ataques ocorreram num momento de tensões elevadas entre israelenses e palestinos, após meses de incursões israelenses na Cisjordânia ocupada, motivadas por uma série de ataques letais contra israelenses que resultaram na morte de 19 pessoas. Nas últimas semanas, houve um aumento nos ataques palestinos.

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A escalada de violência também ocorre num momento em que o ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu realiza negociações de coalizão após as eleições gerais e provavelmente conseguirá formar o que se espera ser o governo mais direitista da história de Israel.

Provável futuro ministro defende pena de morte

Itamar Ben-Gvir, um legislador extremista que defende a pena de morte para agressores palestinos e que deve se tornar o ministro encarregado da força policial, disse que os ataques são mais um indício de que Israel precisa adotar uma postura mais dura em relação a agressores palestinos.

“Devemos cobrar um preço pelo terror”, disse Ben-Gvir no local da primeira explosão. “Devemos voltar a estar no controle de Israel, para restaurar a dissuasão contra o terror.”

Em resposta às explosões, Israel fechou duas passagens para palestinos na Cisjordânia, perto da cidade de Jenin, conhecida por ser um reduto militante.

A polícia ainda está em busca dos supostos agressores e relatou haver indícios de que dispositivos explosivos tenham sido plantados nos dois locais. As duas explosões ocorreram durante a hora do rush da manhã desta quarta-feira. A polícia fechou parte de uma via principal na saída de Jerusalém.

Imagens do local da primeira explosão mostraram detritos espalhados pela calçada. No fundo, ouvem-se sirenes de ambulâncias. Em Ramot, local da segunda explosão, um ônibus ficou repleto do que aparentavam ser marcas de estilhaços.

“Há danos por toda parte aqui”, disse Yosef Haim Gabay, um médico que estava no local quando ocorreu a primeira detonação, em entrevista à rádio do Exército de Israel. “Vi pessoas por toda parte com ferimentos sangrando.”

Primeiro atentado a bomba desde 2016

Embora os palestinos tenham executado diversos ataques com facas e a tiros e atropelamentos nos últimos anos, atentados com explosivos se tornaram muito raros desde o fim de uma revolta palestina há quase duas décadas. Segundo o jornal americano The New York Times, este foi o primeiro atentado a bomba contra civis israelenses desde 2016.

A milícia islâmica Hamas, que governa a Faixa de Gaza e já executou atentados suicidas contra israelenses, emitiu um comunicado no qual elogiou os perpetradores dos ataques. O Hamas classificou os ataques de “operação heroica”, mas não chegou a assumir a responsabilidade.

“A ocupação está colhendo os frutos de seus crimes e agressão contra nosso povo”, disse o porta-voz do Hamas, Abd al-Latif al-Qanua.

Ano mais letal desde 2006

Mais de 130 palestinos foram mortos em combates entre israelenses e palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental este ano – fazendo de 2022 o ano com mais mortes desde 2006.

O Exército de Israel alega que a maioria dos palestinos mortos eram militantes. No entanto, também foram mortos jovens que atiraram pedras durante protestos contra as incursões militares e outros que não estavam envolvidos em confrontos.

Ao menos sete israelenses foram mortos em ataques palestinos nas últimas semanas.

Os militares israelenses disseram nesta quarta-feira que as forças que escoltavam fiéis a um santuário na cidade de Nablus, na Cisjordânia, durante a noite, depararam-se com suspeitos armados e abriram fogo. O Ministério da Saúde palestino comunicou que um jovem de 16 anos foi morto.

Israel capturou a Cisjordânia durante a chamada Guerra dos Seis Dias em 1967, junto com Jerusalém Oriental e Gaza. Os palestinos buscam recuperar os territórios para formar seu próprio Estado independente.

pv/lf (AP, ots)

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