Polícia

Operação Verão deixa 32 mortos em confrontos com a PM na Baixada Santista

A ação policial foi intensificada após o assassinato de um soldado da Rota e é alvo de críticas de entidades de direitos humanos.

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A ação policial foi intensificada após o assassinato de um soldado da Rota(Rota – Divulgação)

A Operação Verão, realizada pela Polícia Militar na Baixada Santista, já deixou 32 mortos em confrontos com os agentes desde o início do ano. A ação policial foi intensificada após o assassinato de um soldado da Rota, no dia 2 de fevereiro, e é alvo de críticas de entidades de direitos humanos, que denunciam casos de execuções e violações de garantias legais.

O último caso ocorreu na noite de quarta-feira (21), quando um homem de 31 anos foi baleado por policiais militares no Jardim Rio Negro, em São Vicente. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o suspeito atirou contra a equipe, que revidou. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Com ele, foram apreendidos uma pistola e uma quantia em dinheiro.

A SSP afirma que todos os casos são investigados pela Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A pasta diz que a Operação Verão tem como objetivo combater o crime organizado e garantir a segurança dos moradores e turistas da região. Segundo a SSP, a operação já prendeu 732 pessoas, sendo 275 procuradas pela Justiça, e apreendeu 512 quilos de drogas e 86 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito.

No entanto, a operação também tem gerado polêmica e indignação entre organizações de defesa dos direitos humanos, que acusam a PM de agir com truculência e arbitrariedade. O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP pediram a suspensão da operação e a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa para apurar as mortes.

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As entidades afirmam que há indícios de que muitas das vítimas foram executadas sem chance de defesa e que os locais dos confrontos não foram preservados para a perícia. Elas também denunciam que os familiares dos mortos não tiveram acesso aos corpos e aos laudos necroscópicos e que os advogados não puderam acompanhar os depoimentos dos policiais envolvidos.

Além disso, as entidades questionam a eficácia da operação, que não teria reduzido os índices de criminalidade na Baixada Santista. Segundo dados da SSP, os homicídios dolosos aumentaram 50% na região em janeiro de 2024, em comparação com o mesmo mês de 2023. Já os roubos e furtos tiveram quedas de 9,5% e 14,7%, respectivamente.

A Operação Verão foi iniciada em dezembro de 2023, com o reforço de 2.500 policiais militares na Baixada Santista. Em fevereiro, após o assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo, a operação entrou em uma nova fase, com a instalação do gabinete da SSP em Santos e o envio de mais 400 policiais, incluindo tropas de elite, como a Rota e o Gate.

A operação tem previsão de término no dia 28 de fevereiro, mas pode ser prorrogada, de acordo com a SSP. A pasta diz que a operação segue os protocolos legais e que não compactua com eventuais desvios de conduta de seus agentes.

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