São Paulo

SP vai testar indígenas, idosos e moradores de favelas

Em mais uma etapa da ampliação de testes para diagnóstico do novo coronavírus (covid-19), o governo de São Paulo anunciou, hoje (19), que vai testar 233,7 mil pessoas de populações mais vulneráveis do estado – indígenas, quilombolas, moradores de comunidades carentes e idosos moradores de abrigos -, servidores públicos de serviços considerados essenciais e profissionais do sistema penitenciário. 

“A população mais vulnerável é o alvo do momento da infecção [por coronavírus]. Ela [a pandemia] está na periferia, onde está a população mais desassistida. E isso deve aumentar”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. 

Em março, a porcentagem de ocorrências da covid-19 na população mais vulnerável do estado era de 18,4%. Em maio, passou para 28,5%. “A epidemia se expandiu da região central para a região periférica, e atingiu as mais vulneráveis. E é lá que está o problema”, disse Covas.   

O aumento de testagem no estado será coordenado pelo Instituto Butantan, em parceria com outras secretarias do estado e com o Centro Paula Souza (autarquia do governo do estado de São Paulo que administra as 220 Escolas Técnicas e as 66 Faculdades de Tecnologia do estado). 

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Segundo o diretor do Instituto Butantan, serão feitos testes sorológicos, os chamados testes rápidos, do tipo IgM/IgG, para identificar se a pessoa já teve contato com o vírus e se desenvolveu anticorpos. Para as pessoas que apresentam sintomas ou tiveram contato com pacientes confirmados para covid-19 o exame indicado é o de RT-PCR, que aponta a presença do material genético (RNA) do vírus.

Essa etapa de testagem ampliada no estado teve início em maio, com integrantes da Segurança Pública da capital. E o governo já começou a testar funcionários Fundação Casa, além de 2,5 mil pessoas da penitenciária de Sorocaba. Também estão sendo feitos exames em servidores do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e do Samu de São Paulo, além de policiais do interior do estado.

Indígenas

Nesta semana, foi iniciada a testagem na população indígena da Aldeia Filhos Dessa Terra, em Guarulhos, na Grande São Paulo. No local, um caso positivo foi confirmado. Também será realizada testagem piloto em 18 casas de longa permanência para idosos na cidade de Francisco Morato.

A aplicação de exames em comunidades periféricas teve início em São Remo, no bairro do Rio Pequeno, na zona oeste da capital.  “[Os testes estão sendo feitos] Principalmente nas comunidades periféricas dos grandes centros urbanos. Iniciamos o estudo piloto na comunidade de São Remo”, disse Dimas Covas, acrescentando que na comunidade já ocorreram quatro óbitos por coronavírus.

Entre os 71,3 mil integrantes da segurança pública e seus familiares que já foram testados na capital, a prevalência do coronavírus encontrada foi em torno de 18%. “Isso é ter a parte mais alta da curva de infectados. O que ocorre na população é sempre abaixo do que ocorre na polícia ou na população de saúde [que estão na linha de frente do combate ao coronavírus]”, informou Dimas Covas. 

Já no interior, a velocidade da pandemia mostrou um comportamento diferente. Apenas 5% do total de policiais testados no interior já foram infectados pelo vírus.

Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil 

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