Polícia

Braço direito de chefe do PCC é preso na África

Foragido desde 1999, Fuminho era considerado um dos criminosos mais procurados do Brasil; ele é acusado de mandar matar dois integrantes da facção em 2018

fuminho
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, 49 anos, é apontado como braço direito de Marcola, líder do PCC | Foto: Arquivo Ponte

Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, 49 anos, o traficante mais procurado do Brasil, foi preso na manhã desta segunda-feira (13/4) por agentes da Polícia Federal em Moçambique, na África (leia aqui o mandado de prisão).

A informação foi confirmada pelo promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão e Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual de Presidente Prudente.

Ele era procurado desde 12 de janeiro de 1999 quando fugiu da Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru, zona norte da capital. O nome dele constava no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública como um dos 25 criminosos mais procurados do Brasil e também no alerta vermelho da Interpol, a Polícia Internacional.

Fuminho é apontado pela PF como o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola , considerado o líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), preso na Penitenciária Federal de Brasília.

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O criminoso foi acusado de ser o mandante das mortes de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e de Fabiano Alves de Souza, o Paca, assassinados a tiros em fevereiro de 2018 na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Ambos foram acusados de desviar dinheiro do PCC.
Segundo o MPE (Ministério Público do Estado de São Paulo), antes das mortes de Gegê do Mangue e de Paca, Fuminho transportava ao menos uma tonelada de cocaína para a Europa.

Investigações do MPE e da Polícia Federal apuraram que Fuminho é um dos maiores produtores de drogas da América do Sul e o mais importante fornecedor de cocaína e maconha para o PCC.

Ele também foi acusado de planejar o resgate de Marcola em setembro de 2018, quando o líder do PCC se encontrava preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, junto com outras lideranças da organização criminosas.

Um documento da SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) diz que Fuminho também planejava resgatar Marcola da Penitenciária Federal de Brasília, para onde ele foi transferido em março de 2019.

O documento diz que o plano foi descoberto em abril de 2019, quando agentes localizaram um bilhete decodificado em uma cela no raio 2 da Penitenciária 21 de Presidente Venceslau.

Fuminho é chamado pelos parceiros de crime como o dono da Heliópolis, a maior favela de São Paulo, porque foi lá que teve as suas primeiras biqueiras, como são chamados os pontos de vendas de drogas.

Defensores de Fuminho não sabiam da prisão dele até o fechamento desta reportagem. Fontes ligadas ao criminoso disseram que ele quase foi preso pela Polícia Federal na semana passada e que escapou por muito pouco.

Por Josmar Jozino – Repórter da Ponte

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