Covid-19

Covid-19 pode deixar sequelas diferentes em cada paciente

Passar pelos 15 dias da Covid-19 pode ser uma experiência diferente para cada pessoa, porém, sabe-se que a doença é multissistêmica, ou seja, as complicações dependem do órgão em que o vírus mais “ataca”, não sendo, necessariamente, o pulmão. O pneumologista Fábio Macchione dos Santos, diretor de Recursos Próprios da Unimed Catanduva, interior de São Paulo, e superintendente do Hospital Unimed São Domingos (HUSD), alerta que a Covid-19 pode causar sequelas e, por isso, os cuidados devem continuar mesmo após o período da quarentena.

Fábio Macchione dos Santos, médico pneumologista (Divulgação)

“Ao contrário do que pensam, a Covid-19 não compromete apenas o pulmão. É um vírus que vai se multiplicando pelo corpo, gerando uma ação inflamatória que atinge outros órgãos e sistemas”, explicou o especialista. 

De acordo com a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), estudo publicado sobre o efeito a longo prazo da Covid-19 (em inglês More than 50 Long-term effects of COVID-19: a systematic review and meta-analysis), reuniu quase 50 mil pacientes e identificou mais de 50 doenças que se manifestaram após a Covid-19. Dos entrevistados, 58% apresentaram fadiga; 17% suor; 12% problemas de pele; 11% apresentaram dores; 11% febre intermitente; 11% problemas de sono e 8% apneia do sono. 

O pneumologista alerta que quem teve Covid-19 deve se atentar aos cuidados pulmonares, cardiológicos, neurológicos, necrológicos, musculares, hormonais, vasculares e renais.

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“Quando atendemos uma pessoa que teve Covid-19, seguimos um protocolo bem desenhado para entender a situação em particular e é necessário termos informações como: quando foi a doença; que tipo de manifestação ela causou; qual o nível de gravidade e como é o dia a dia do paciente”, disse. 

No caso de pessoas que apresentaram problemas pulmonares, o médico reitera a importância de continuar com os cuidados de reabilitação do pulmão, com treinamento fisioterápico para a recuperação pulmonar. Para quem teve perda de olfato e paladar, ou outros sintomas, como: alteração de apetite, perda de força e formigamentos, também exige uma abordagem cuidadosa. O sistema urinário também pode sofrer alterações, como a dificuldade em urinar.

Micrografia eletrônica de varredura colorida de células CCL-81 (verde) infectadas com partículas do vírus da covid-19 – marrom (NIAID/via Fotos Públicas)

Para quem pratica exercícios, os cuidados com o coração são muito importantes. “Recomendamos ao paciente que faça o ecocardiograma, que identifica uma inflamação das células do coração que se chama miocardite, comprometimento comum que pode aparecer após a doença. Ela pode ser assintomática e muito perigosa”, alertou o especialista.

O cooperado reitera a importância dos cuidados em casa para quem precisou ser internado. A perda de massa muscular que ocorre durante a internação exige uma dieta complementar com suplementação de proteínas, acompanhado de fisioterapia regular para a reabilitação motora.

“Infelizmente, a Covid-19 é uma doença multissistêmica. Os cuidados devem continuar após o tratamento. Procure um profissional habilitado e capacitado. Faça um acompanhamento adequado e minucioso para tratar possíveis sequelas”, reiterou o pneumologista.

Outras doenças

O estudo More than 50 Long-term effects of COVID-19: a systematic review and meta-analysis (Mais de 50 efeitos a Covid-19 a longo prazo: uma análise e revisão sistêmica, em tradução livre) também identificou outros sintomas pós-Covid-19 nos entrevistados: 11% tiveram palpitação; 11% insuficiência cardíaca; 11% aumento da frequência cardíaca; 44% dor de cabeça; 27% dificuldade de atenção; 16% perda de memória; 13% ansiedade; 12% depressão; 25% perda de cabelo; 23% perda do paladar; 21% perda de olfato; 15% zumbido no ouvido; 34% raio X de tórax anormal; 24% falta de ar; 21% falta de ar após atividade física; 19% tosse; 16% dor no peito e desconforto; 10% redução da capacidade pulmonar; 16% risco de náusea ou vômito; 12% problemas digestivos; 21% perda de peso; 20% risco elevado de trombose; 19% dor nas articulações. (Fonte: SPPT).

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