União Europeia autoriza uso da vacina da Pfizer-Biontech
A Comissão Europeia concedeu na noite desta segunda-feira (21/12) aprovação para o uso da vacina contra o coronavírus desenvolvida pelas empresas Pfizer e Biontech. É a primeira autorizada para uso no bloco europeu.
A autorização foi anunciada poucas horas depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendar uma aprovação condicional da vacina.
“Hoje acrescentamos um capítulo importante a uma história de sucesso europeia. Aprovamos a primeira vacina segura e eficaz contra covid-19. Mais vacinas virão em breve. As doses da vacina aprovada hoje estarão disponíveis para todos os países da UE, ao mesmo tempo, nas mesmas condições”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após o Executivo europeu aprovar a vacina.
“Os próximos dias europeus de vacinação também serão um grande momento de unidade. Esta é uma boa maneira de terminar este ano difícil e começar a virar a página desta pandemia. Nós estamos todos juntos nisso”, completou.
Stella Kyriakides, comissária europeia para a Saúde e Segurança Alimentar, afirmou: “Este é um grande dia para a Europa. É um dia de verdadeira solidariedade europeia em ação. Após meses de trabalho, estamos vendo nossa estratégia de vacinas da UE dar frutos – acesso a vacinas seguras, eficazes e acessíveis ao mesmo tempo para todos os Estados-membros. Hoje, testemunhamos o que pode ser alcançado coletivamente quando trabalhamos juntos numa forte União Europeia da saúde. Uma Europa que cuida e que apoia.”
A Biontech e a Pfizer apresentaram um pedido formal de autorização condicional para comercialização em 1º de dezembro. Uma análise dos dados numa “revisão contínua” pela EMA já havia sido iniciada em 6 de outubro. Graças a essa revisão contínua, a EMA conseguiu avaliar o pedido de autorização condicional rapidamente.
Segundo a Comissão Europeia, esse procedimento, desenhado especificamente para situações de emergência, garante uma avaliação tão rápida quanto possível, garantindo que todos os requisitos em termos de segurança, eficácia e qualidade da vacina sejam total e exaustivamente avaliados.
Mais cedo, a diretora-geral da EMA disse que aparentemente a vacina da Pfizer-Biontech protege também contra uma nova cepa do coronavírus, mais contagiosa, que foi identificada primeiramente no Reino Unido e já foi confirmada em outros países. “Neste momento não há evidências que sugiram que esta vacina não funcionará contra a nova variante”, afirmou Emer Cooke.
Imunização a partir de domingo
Países da União Europeia, incluindo Alemanha, França, Áustria e Itália, disseram que planejam iniciar as vacinações a partir de 27 de dezembro. O objetivo da UE é vacinar ao menos 70% dos 450 milhões de habitantes dos 27 países-membros do bloco. O número de doses que cada Estado-membro tem o direito de adquirir é baseado em sua população.
Inicialmente, a demora da EMA para dar aval à vacina foi criticada depois que reguladores do Reino Unido e dos Estados Unidos aprovaram vacina da Pfizer e Biontech. Reino Unido, EUA e outros países, como Canadá e Israel, iniciaram suas campanhas de vacinação nas últimas semanas, sob caráter emergencial.
Os EUA já aprovaram o uso emergencial de uma segunda vacina, fabricada pela farmacêutica americana Moderna. E no fim de semana, a Suíça se tornou o primeiro país a aprovar o uso regular do imunizante da Pfizer e Biontech, após dois meses de revisão.
Como é a vacina da Pfizer-Biontech?
O imunizante foi desenvolvido pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a empresa alemã de biotecnologia Biontech. Testes clínicos atestaram uma eficácia de 95% contra a covid-19. A imunização é aplicada em duas doses que são injetadas num intervalo de três semanas.
O transporte e o armazenamento podem representar um desafio logístico. As doses precisam ser armazenadas a 70 graus Celsius negativos, uma temperatura muito inferior aos congeladores convencionais e que obrigou a empresa a desenvolver caixas especiais para o transporte.
A vacina da Pfizer-Biontech utiliza uma tecnologia inovadora conhecida como RNA mensageiro (mRNA). O princípio do imunizante é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus, que o sistema imunológico reconhece como ameaça e combate. Para isso, os cientistas identificaram a parte do código genético viral que carrega as instruções para a fabricação dessa proteína.
O imunizante da Moderna contra covid-19 utiliza o mesmo método. Uma vacina com essa tecnologia nunca havia sido aprovada para uso.
JPS/ots
Por Deutsche Welle