Nova pneumonia já matou 17 pessoas e pode se espalhar
Aumentou para 17 o número de mortes decorrentes da infecção pelo novo tipo de coronavírus detectado na China, confirmaram nesta quarta-feira as autoridades do país. O número de pessoas infectadas passa de 550.
No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde reúne-se para decidir se deve declarar uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”. O balanço da progressão do coronavírus foi divulgado pelas autoridades de Wuhan, no centro da China, cidade onde o surto começou, no mês passado.
A Comissão Nacional de Saúde chinesa já havia alertado, nesta quarta-feira, que o novo tipo de coronavírus poderia “sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente”. O fato é que a maioria dos infectados é da província de Hubei, cuja capital é Wuhan – um importante centro de transporte doméstico e internacional – e as autoridades apelaram, esta quarta-feira, às populações que não viajassem para esta cidade chinesa, por se suspeitar ser o ponto originário do vírus.
“Basicamente, não vão para Wuhan. E aqueles que estão em Wuhan, por favor, não saiam da cidade”, afirmou Li Bin, vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde da China.
A população residente também foi alertada para evitar multidões e encontros em espaços públicos.
OMS avalia hipótese de “emergência de saúde pública internacional”
As autoridades chinesas confirmaram que a situação no país está na fase “mais crítica” da prevenção e controle. O Comite de Emergência da Organização Mundial de Saúde está reunido em Genebra, na Suíça, para avaliar a situação e a possibilidade de se declarar emergência de saúde pública internacional, assim como para determinar que recomendações podem ser feitas para controlar o coronavírus.
O número de infectados aumentou desde que o novo coronavírus foi detectado, tendo se espalhado por várias províncias chinesas, na Tailândia, no Japão, na Coreia do Sul e em Macau.
Todos os casos, até agora, eram oriundos de Wuhan. Depois de ser confirmado, na terça-feira, o primeiro caso nos Estados Unidos, o novo tipo de pneumonia viral já foi diagnosticado também em Hong Kong.
No início desta semana, a China confirmou que o vírus se transmitia entre humanos, sobretudo através das vias respiratórias e que pelo menos 15 médicos ficaram infectados após ter contato com doentes. Em coletiva de imprensa, Li Bin confirmou que “já há casos de transmissão e infecção entre seres humanos e funcionários de saúde infectados”.
“As evidências demonstram que a doença foi transmitida por via respiratória e existe a possibilidade de uma mutação do vírus”, explicou ainda.
Embora ainda não tenha sido detectada a fonte de transmissão exata, a Comissão Nacional de Saúde da China diz que há, para além da possibilidade de mutação, “o risco de disseminação da epidemia”.
O coronavírus pode provocar febre, tosse, falta de ar e dificuldades respiratórias, por exemplo.
Celso Cunha, diretor da unidade de microbiologia médica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, explicou na RTP3 que o novo coronavírus é facilmente confundido com uma simples gripe e quais as precauções tomar, numa altura em que há cada vez mais casos de pessoas infectadas.
A OMS estima que “a fonte primária mais provável” de transmissão é animal, tendo os primeiros casos surgido em pessoas que entraram em contato com um mercado de pescado na cidade chinesa de Wuhan.
Por RTP – Emissora Pública de Portugal