Jovem que ganhou bolsa para estudar no Mackenzie é sequestrado e morto
Mateus Oliveira, 17 anos, estava comendo pastel com um amigo quando foi abordado por um homem encapuzado e armado; corpo foi encontrado neste domingo (15/3)
Eram por volta das 14h deste sábado (14/3), quando o estudante Mateus Gomes Oliveira, 17 anos, estava com um amigo na rua Manoel Antônio Pinto, conhecida como rua do Bega, na favela Paraisópolis, na zona sul da cidade de São Paulo. Em fevereiro, três jovens foram sequestrados e mortos no local.
Quando saiu da feira de rua onde estava comendo pastel com o amigo, Mateus foi sequestrado por um carro. Por volta das 11h deste domingo (15/3), um corpo foi encontrado na avenida Hebe Camargo e, segundo a polícia, foi reconhecido como sendo Mateus.
Mateus vivia para estudar, como contou à Ponte um parente que pediu para não ser identificado por medo. Morador do Jardim Irene, no Capão Redondo, no extremo sul de SP, o jovem era bolsista do Colégio Visconde de Porto Seguro, no Morumbi.
Tinha acabado de ser efetivado na empresa onde trabalhou como jovem aprendiz e recebido a notícia de que ganhara uma bolsa para cursar Administração na Faculdade Mackenzie.
Segundo relatos de moradores aos familiares, Mateus foi abordado por um carro, um Honda Civic branco, que subiu a rua Rua Ernest Renan em velocidade normal.
Um homem encapuzado, vestido de preto, saiu do carro, sacou a arma e disparou 5 vezes. Em seguida, colocou Mateus no carro. “Era um carro que pessoas ricas costumam ter”, disse a testemunha aos familiares.
“O celular dele estava desligado, mas às 18h as mensagens chegaram”, disse o familiar do jovem. “Todos os amigos dele estudavam na mesma escola, eles se reuniam em Paraisópolis para fazer trabalhos e jogar bola no fim de semana”, continuou.
“A gente não suspeita de nada porque ele era um menino super do bem. Estamos aflitos que tenha acontecido uma coisa dessas para um menino que só vivia para estudar”, desabafou.
Familiares estiveram na rua que Mateus sumiu atrás de alguma câmera de segurança, mas não conseguiram encontrar nenhum registro que pudesse ajudar a elucidar o caso.
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Um dos amigos de Mateus, que estudou com ele no Colégio Porto Seguro, conversou com a Ponte e contou um pouco do amigo. “O Mateus não bebia, não usava droga, a maioria das vezes que a gente saia ele não ia junto, só saíamos para jogar bola ou ir na casa de alguém. Ele trabalhava de manhã e de tarde, ia pra faculdade e da faculdade ia pra casa”, detalhou.
“O que a gente não entende é por que o Mateus, não entra na cabeça de ninguém. É muito confuso não saber o motivo disso ter acontecido. É algo que não tá entrando na nossa mente”, finalizou.
O caso foi encaminhado ao 89º DP (Portal do Morumbi) e será investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.
O que diz a SSP
Questionada pela reportagem, as assessorias da Secretaria da Segurança Pública e da Polícia Militar não se manifestaram até o momento de publicação.
Por Paloma Vasconcelos – Repórter da Ponte