Vacina chinesa se mostra segura para idosos, diz laboratório
A vacina chinesa contra o coronavírus, desenvolvida pela Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, se mostrou segura para os idosos, segundo resultados preliminares de testes divulgado nesta segunda-feira (07/09) pela farmacêutica. O imunizante é um dos quatro cujos testes já foram autorizados no Brasil.
A farmacêutica, porém, afirmou que a resposta imunológica registra entre os idosos é ligeiramente mais fraca do que em adultos mais jovens.
A vacina da Sinovac, chamada de CoronaVac, não causou efeitos colaterais graves em testes clínicos combinados das fase 1 e 2, realizados em maio com 421 voluntários com 60 anos ou mais, segundo afirmou à agência de notícias Reuters Liu Peicheng, representante da farmacêutica chinesa.
De acordo com Liu, dos três grupos de participantes que tomaram respectivamente duas injeções de baixa, média e alta dose de CoronaVac, mais de 90% tiveram uma alta significativa nos níveis de anticorpos, mas os níveis foram ligeiramente inferiores aos observados em indivíduos mais jovens.
Os resultados completos dos estudos ainda não foram publicados. Autoridades de saúde estão preocupadas em relação à segurança das vacinas experimentais para idosos, que são o grupo de maior risco da covid-19 e que geralmente têm sistemas imunológicos que reagem de forma menos robusta a imunizações.
Liu afirmou ainda que a vacina pode permanecer estável por até três anos no armazenamento, o que seria uma vantagem na distribuição do produto para regiões onde o depósito em ambiente refrigerado não é uma opção.
A CoronaVac está sendo atualmente testada no Brasil e na Indonésia em sua última etapa de pesquisa antes da aprovação. A fase 3 costuma envolver milhares de voluntários e visa atestar a eficácia e segurança da vacina.
Quatro das oito vacinas que já estão na terceira fase de testes no mundo são da China. O Brasil já aprovou testes clínicos de quatro imunizantes no país. A aprovação mais recente foi para Janssen, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson, que ainda não iniciou a fase 3. Em 2 de junho foi autorizado o primeiro programa de testes, da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica AstraZeneca.
Em 3 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval à vacina desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O acordo inclui também a transferência de tecnologia e produção da vacina se sua eficácia for comprovada.
E em 21 de julho, a Anvisa autorizou testes clínicos de vacinas desenvolvidas pela empresa BioNTech, da Alemanha, em parceria com a Pfizer, dos Estados Unidos.
CN/rtr/ots
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