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‘Apareceu a Margarida’ inicia temporada no Teatro Eva Herz

Marília Medina no cenário do espetáculo (Divulgação)

No próximo dia 3, entra em cartaz, em São Paulo, no Teatro Eva Herz, nova temporada do bem criticado espetáculo ‘Apareceu a Margarida’, com Marília Medina interpretando a professora Margarida, sob direção de Bruno de Garcia. Fruto de um clássico texto da contracultura (de autoria do dramaturgo carioca Roberto Athayde), censurado nos anos da ditadura, o espetáculo é uma das peças brasileiras mais encenadas no mundo. Nas mãos de Bruno Garcia e Marília Medina, tem estado em turnês há 12 anos. No Rio, em 2007, foi sucesso de público e crítica. Obteve também grande protagonismo entre críticos na turnê, patrocinada pela Caixa, em São Paulo, em 2017.

A peça chega agora no Eva Herz. Atriz e diretor vão ainda mais fundo, revisitam trechos da peça adormecidos. “Devido à sua grande lucidez, Dona Margarida é vista como louca, mas não é. Na verdade, ela transborda lucidez e isso assusta”, afirma Marília. “Afinal, temos uma ditadura batendo na porta.”

O monólogo ‘Apareceu a Margarida’ foi escrito há 50 anos, mas está mais atual do que nunca. Dona Margarida já dizia: “É Preciso alfabetizar para depois alimentar. Uma pessoa analfabeta simplesmente não pode comer bem”, pontua Marília. “Os anos 70 estão de volta”.

A professora Margarida joga na cara dos seus alunos verdades simples e duras, como “vocês todos vão morrer, sem exceção”. Surge uma Dona Margarida essencialmente humana, que enxerga à frente de seu tempo e não deixa de falar de opressão, ainda que com muito humor. “Afinal tudo o que o ser humano não entende ou não aceita, deixa de lado”, diz Marília.

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“Buscamos manter extrema fidelidade à essência da dramaturgia de Roberto Athayde”, diz o diretor Bruno Garcia. “É um texto que nunca perde a atualidade, nunca fica datado. Foi o que percebemos no Rio, aqui em São Paulo, e é o que queremos mostrar novamente para o público, levando à tona a reflexão sobre relações de poder, que estão cada vez mais atuais”, observa o diretor

Sobre Marília Medina:

Carioca, é atriz e produtora de teatro e adotou São Paulo como sua cidade desde 2017. Veio para São Paulo “de Dona Margarida e cuia”. Ao lado de Mario Bortolotto, assina a direção Birdland e Barrela, esse último bem criticado e em cartaz no Cemitério dos Automóveis.

Marília começou sua carreira nos anos oitenta em grupos de teatro e espetáculos amadores. Seu início no teatro profissional foi na peça ‘A Presidenta’, com Jorge Dória, onde percorreu cidades do Brasil em temporada por dois anos. Faz a super elogiada ‘Apareceu a Margarida’ desde 2007.

Em 2006 também atuou e produziu ‘Lavanderia Brasil’, direção de Moacyr Chaves, com Marcos Breda, Felipe Camargo no elenco. Em 2010 fez Geração Trianon com direção de Antonio Pillar. Também atuou nos espetáculos ‘O Menino Maluquinho’ (direção de Felipe Camargo), ‘Se Correr o Bicho Pega, se Ficar o Bicho Come’ (direção de Antonio Pedro), ‘Só para Divertir’ (direção de Herval Rossano) e ‘Disk-Ofensa-Linha-Vermelha’ ( direção de Bruno Garcia).

Também participou da peça ‘Alices’, em 1999, sob a direção de Camilla Amado, sua mestra e referência na formação de grandes nomes do meio artístico. Estudou com nomes como Aderbal Freire Filho, Hamir Addad, Roberto Machado, Camilla Amado.

No cinema, seus últimos trabalhos foram o curta metragem ‘Sildenafil’, de Clòvis Melo, que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz nos Festivais de Toronto, no Canadá, e Maracanaú. Participou de ‘Como Esquecer’, ‘Mulheres do Brasil’ e ‘Ismael e Adalgisa’, ambos de Malu de Martino. Fez também ‘Sexo,verdades e Mentiras’, de Euclydes Marinho. Na TV, atuou em ‘Os Dias Eram Assim’ e teve várias participações em séries e novelas.

Sobre Bruno Garcia:

Bruno Garcia nasceu em Recife, Pernambuco. Atualmente, o diretor de ‘Dona Margarida’ está em cartaz nos cinemas com duas produções: ‘De Pernas Para o Ar 3’ e ‘Divaldo, o mensageiro da paz’, no qual interpreta um dos maiores médiuns brasileiros. Também neste ano participou do filme ‘O Amor dá Trabalho’, contracenando com Flávia Alessandra e Leandro Hassum e, ainda, viveu o médico ‘Décio’ na série ‘Sob Pressão’, da Globo.

Foi em 1982 que Bruno estreou como ator profissional. Em 1991, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Nesse mesmo ano, estrelou o ‘Caso Especial Marina’ e fez sua estreia em novelas no folhetim da Rede Globo ‘Felicidade’, de Manoel Carlos. E então vieram inúmeras participações em vários programas de TV, de diversas emissoras, além de filmes e peças.

No teatro, dirigiu ‘Mênon’ (adaptação de um dos diálogos de Platão, um texto clássico da Filosofia) que consumiu quatro anos de estudo e que, após algumas leituras dramatizadas, esteve em cartaz no Teatro do Museu da República em 1999. Dirigiu, ainda, o ‘Disk Ofensa’, com Marília Medina, e o musical ‘O Livro de Tatiana’.

Serviço

  • Horários: Quintas-feiras, às 21h
  • Temporada: 03 outubro a 5 de dezembro
  • Classificação indicativa: 14 anos
  • Duração do espetáculo:75 minutos.
  • Eva Herz: Av. Paulista, 2073 – Cerqueira César, São Paulo.
  • Ingressos: Entre R$ 25 e R$ 50

Ficha Técnica

  • Autor: Roberto Athayde.
  • Direção: Bruno Garcia.
  • Elenco: Marília Medina.
  • Direção de Movimento: Duda Maia.
  • Direção Musical: Maurício Barros e Zé Luiz Rinaldi.
  • Denis Netto. Figurino: Ticiana Passos.
  • Direção de Produção: Luiz Prado
  • Marketing Digital: Lucinho Medina
  • Comunicação Imprensa: Terciane Alves

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